SENTINELA

Paciente espera por atendimento no chão e morre no dia seguinte

Carlos Paiva
Carlos Paiva
Publicado em 28/07/2023 às 05:57Atualizado em 28/07/2023 às 13:03
Compartilhar

Espera por socorro de emergência no chão
O Corpo de Bombeiros Militar foi acionado a comparecer na Avenida Coronel Joaquim de Oliveira Prata, Parque São Geraldo, por volta das 13h50 de segunda-feira (24), onde se deparou com o servidor geral Simar Jonas Sobrinho, 42 anos, deitado numa cama, consciente e orientado, sem lesões aparentes, queixando-se de mal-estar, fraqueza, tremores e desconforto na região torácica. Ele disse que era alcoolista, sofria com hipertensão e fazia uso de medicamentos. Foram feitos os procedimentos cabíveis e, após regulação médica feita pelo Samu, Simar Jonas Sobrinho foi levado para a UPA São Benedito. Como não havia cadeira nem maca, ele ficou sentado/deitado no chão à espera de atendimento médico de emergência (usava pulseira amarela) até sofrer parada cardiorrespiratória. Ele foi socorrido por médico plantonista e transferido, mas morreu no dia seguinte (25) e foi sepultado na quarta-feira (26).

O servidor geral Simar Jonas Sobrinho, à espera de atendimento de emergência na UPA São Benedito; ele morreu no dia seguinte (Foto/Acervo pessoal)

Vergonha internacional
A família deve procurar a Polícia Civil para pedir uma investigação sobre uma suposta omissão de socorro na morte de Simar Jonas Sobrinho, o que, particularmente, entendo não ter ocorrido. Porém, não ter uma maca ou uma simples cadeira para que um paciente em situação de emergência seja atendido é uma vergonha sem proporção. Nem mesmo a demora deve ser ignorada. Isso é um problema que se arrasta desde outros governos e parece que não vai mudar nunca, apesar da prefeita Elisa Araújo garantir que está tudo melhorando. Uma cidade com quase 350 mil habitantes, com empresas de renome internacional e conhecida por ser a capital mundial do Zebu e a terra de Chico Xavier, não ter uma simples cadeira ou maca para seu contribuinte morrer de forma digna, já que atendimento médico de emergência também não teve.

Treinados para tirar CNH
Alguns candidatos a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) alegam que a banca examinadora do Detran-MG em Uberaba é muito exigente e reprova de forma excessiva. Não é verdade. A banca de examinadores em Uberaba é formada por policiais civis altamente capacitados e escolhidos a dedo justamente pelo conhecimento na legislação e capacidade de examinar o candidato a motorista. O problema, na verdade, está nas autoescolas que não formam motoristas. A grande maioria das autoescolas treina o candidato a CNH apenas para tirar o documento. Os examinadores apenas exigem o mínimo para um candidato a motorista, mas, como são treinados para tirar CNH, acabam reprovando muitos candidatos. Por isso, o índice de reprovação em Uberaba é muito alto. Antes de ingressar em uma autoescola, observe junto ao site do Detran-MG o índice de aprovação, mas prepare-se para se surpreender, pois cada uma é pior que a outra. Portanto, não culpe os examinadores; procure por uma autoescola que ensine melhor e o prepare para ser motorista/motociclista e não apenas para tirar a CNH.

Acidente grave
Um motociclista de 24 anos ficou gravemente ferido em uma colisão com um carro, na Avenida Leopoldino de Oliveira com a Rua Conde Prados, bairro Estados Unidos, por volta das 16h30 de ontem. A motorista do carro afirmou que o motociclista transitava em alta velocidade, sentido bairro-Centro, pela pista exclusiva do BRT, momento em que ela foi fazer uma conversão irregular à esquerda.

Motociclista ficou gravemente ferido em uma colisão com um carro, na avenida Leopoldino de Oliveira com a rua Conde Prados (Foto/Divulgação)

Conversão irregular
Segundo apurou a coluna SENTINELA, quando a equipe da Polícia Militar chegou no local, o motociclista já estava sendo atendido pelo Samu e não pôde fornecer sua versão para o acidente. Já a condutora do carro, de 35 anos, disse que dirigia seu VW Crossfox, cor Branca, placas ENP-8209, pela Avenida Leopoldino de Oliveira, sentido bairro/Centro, quando, no cruzamento com a Rua Conde Prados, iniciou conversão à esquerda, para tomar sentido contrário da mesma avenida. Ela contou ainda que não percebeu a sinalização de trânsito que proibia a referida conversão; que ao iniciar a conversão, foi colidida pela motocicleta Honda CG 125, placa HJV-6664, pilotada pelo jovem de 24 anos, que trafegava no mesmo sentido direcional da avenida, porém na faixa exclusiva do BRT. O motociclista bateu na parte traseira do lado esquerdo do carro, sendo lançado por cima do veículo e atingindo o solo com violência.

Em estado gravíssimo
O motociclista recebeu os primeiros socorros no local e foi encaminhado pelo Samu com urgência para o Hospital de Clínicas da UFTM, com TCE (traumatismo cranioencefálico), laceração no nariz, supercílio e lábios. Ele também apresentava muita confusão mental e fala desconexa. A Perícia Técnica da Polícia Civil compareceu ao local e colheu material para confecção de laudo. A Polícia Civil vai instaurar inquérito policial para apurar as circunstâncias e responsabilidades pelo acidente. Os veículos estavam com a documentação em dia e foram liberados no local.

Homem morre e fica à espera de atestado
O trabalhador rural Rafael Aparecido Resende, 40 anos, foi encontrado morto em sua cama, na fazenda Piracanjuba, zona rural de Verissimo (MG), às 7h de ontem. Imediatamente a Polícia Militar foi acionada e não encontrou sinais de morte violenta. A perita criminal em Uberaba recebeu imagens e também não viu crime, portanto não é caso de polícia. Foi constatado se tratar de morte natural, mas começava aí uma verdadeira via-sacra para a emissão do devido atestado de óbito para que a família fizesse o sepultamento. Inicialmente, a médica de Verissimo não quis assinar e mandou procurar o IML de Uberaba. Foi feito contato com o IML de Uberaba e explicado que o atestado de óbito tem que ser feito por lá. Depois, a própria secretaria de saúde daquela cidade também não sabia o que fazer. E o morto esperando. Na verdade, é tudo muito simples. Primeiro, é bom que se explique que a responsabilidade da verificação de óbito é do município. Em Uberaba, o IML faz a verificação de óbito e emite o atestado em virtude de contrato entre o Estado e o município, mas o morto tem que ser de Uberaba. O atestado pode ser feito por qualquer médico, desde que examine o cadáver e não encontre sinais de violência. Muitos médicos cobram o valor de uma consulta para examinar o cadáver e emitir o atestado, o que é legal e aceito. Então a médica do postinho em Veríssimo podia muito bem assinar o atestado, bastando apenas um simples exame no morto, mas é mais fácil terceirizar para Uberaba, né? Acabou que o problema foi resolvido lá mesmo em Veríssimo, mas depois de muito trabalho de policiais militares que foram bem além de suas funções policiais para prestarem auxílio assistencial à família.

Assalto audacioso e milionário
Desde os primeiros minutos de ontem, investigadores da Delegacia Especial de Repressão a Crimes Rurais da Polícia Civil do 5º DPC, coordenados pelo delegado PC Tiago Cruz e chefiados pelo delegado PC Felipe Colombari, estão empenhados em prender a quadrilha composta por cerca de 20 homens fortemente armados que invadiu a Sipcam Nichino, localizada na Rua Igarapava, zona rural Oeste de Uberaba, fizeram 32 funcionários de reféns e roubaram dois revólveres e munições dos vigilantes, além de 37 toneladas de inseticida Altacor, avaliadas em mais de R$ 50 milhões. No fechamento desta coluna, os policiais civis ainda faziam diligências que estavam sendo mantidas em segredo.

Provocando apagões
De acordo com o que foi apurado por SENTINELA, o assalto à empresa Sipcam Nichino teve início por volta das 21h25 de quarta-feira (26), quando funcionários perceberam uma interrupção no fornecimento de energia na empresa, deixando o local às escuras pelo período aproximado de quinze minutos. Após manutenção e restabelecimento da parte elétrica por parte dos próprios funcionários da Sipcam Nichino, um novo apagão ocorreu por volta de 23h30min, oportunidade em que um dos vigilantes foi abordado e rendido na portaria por cerca de cinco indivíduos, todos de capuz, vestidos de roupa preta, armados aparentemente com submetralhadoras, fuzis e pistolas, proferindo os seguintes dizeres: "Não olhem para a gente, olhem para baixo, não reajam senão matamos vocês".

Vigilante 1 abordado na portaria
Ainda de acordo com o que foi apurado, durante a abordagem ao vigia na portaria, os autores teriam subtraído o colete balístico e um revólver calibre 38 com 12 munições intactas do vigilante e o obrigaram a realizar a ronda que comumente faz durante a noite usando a motocicleta da empresa de segurança. Posteriormente, ele ficou rendido na portaria principal, enquanto os infratores permaneciam na motocicleta realizando a ronda, conforme era feita pelo vigilante, provavelmente com o intuito de ludibriar o sistema de segurança acoplado ao colete (GPS).

Vigilante 2 estava no vestiário masculino
Um segundo vigilante relatou as mesmas interrupções de energia elétrica e que foi rendido por dois autores, sendo um com roupa da empresa e outro com roupas escuras encapuzados, os quais subtraíram seu armamento, um revólver 38, e o colete, mediante ameaças com armas de fogo aparentemente pistola cromada e uma submetralhadora. Ele acrescentou que o local onde foi rendido trata-se de um vestiário masculino e que foi encaminhado para a portaria, ficando juntamente com o colega vigilante e um porteiro. Ele também disse que foi obrigado a realizar rondas com os autores, bem como efetuar ligações para a empresa com a finalidade de confirmar os "toques" para iniciar o trajeto da ronda. Disse também que visualizou os autores adentrarem na empresa pelos fundos com dois caminhões carroceria tipo baú.

Inseticida Altacor granulado
Durante levantamentos feitos pelas equipes de policiais militares do 67ºBPM, foi apurado que foram roubadas aproximadamente 37 toneladas de inseticida Altacor (em embalagens de 5kg e 25kg), avaliadas em mais de R$50 milhões. O inseticida teria sido transportado em três caminhões e duas caminhonetes. Por volta de 0h25, cerca de trinta e duas pessoas, funcionárias da empresa Sipcam Nichino, teriam sido tomadas como reféns, inclusive sendo trancadas no refeitório e outras utilizadas para carregarem a carga nos veículos dos autores.

Perícia Técnica colheu evidências
Após o roubo milionário, por volta das 4h40 de quinta-feira (27), parte dos autores evadiu-se, sendo que cerca de 10 ainda ficaram vigiando os reféns. Um dos reféns disse que ouviu um assaltante dizer que "após passarem pela ponte" iriam avisar pelo rádio para liberar as vítimas que estavam de reféns. O inseticida Altacor roubado é do tipo granulado, sendo que os lotes não foram fornecidos pelo funcionário da empresa Sipcam Nichino. A Perícia Técnica da Polícia Civil compareceu ao local e colheu o máximo de evidências para confrontar com digitais de suspeitos e confecção de laudo pericial a ser entregue ao delegado PC Tiago Cruz, da Repressão a Crimes Rurais, responsável pela presidência das investigações.

Assuntos Relacionados
Compartilhar

Nossos Apps

Redes Sociais

Razão Social

Rio Grande Artes Gráficas Ltda

CNPJ: 17.771.076/0001-83

JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por