SENTINELA

Para estancar a criminalidade é preciso investir em educação no sentido amplo da palavra, envolvendo família e Estado

Carlos Paiva
Publicado em 07/07/2015 às 09:38Atualizado em 16/12/2022 às 23:24
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Divulgação PMMG

Bandidos usaram maçarico para arrombar cofre de onde furtaram quase R$ 1 milhão

A função da escola é escolarizar

Só para que não pairem dúvidas, continuo sendo a favor da mudança da maior idade penal dos atuais 18 anos para 16. No entanto, como citei na coluna anterior, a mudança é paliativa. Uma ação imediatista e que pode (eu disse pode) intimidar alguns menores interessados a ingressar na vida do crime. De forma alguma deve ser vista como a tábua de salvação. Junto às mudanças precisamos de políticas de Segurança Pública, e isso nenhum dos nossos legisladores citou. A meu ver, a Educação é a saída. E quando falamos em Educação, a primeira coisa que vem à mente são as escolas e professores. Um grande erro. A escola e professores ajudam a família na Educação dos filhos. A responsabilidade de dar educação é da família. A escola é responsável pela escolarização. Como complemento, a escolarização ajuda a família na educação, um bom exemplo são as escolas de tempo integral com cursos profissionalizantes e técnicos, esporte, lazer e outros que levam conhecimento e aperfeiçoamento para criar bons cidadãos. Pode até não parecer, mas a família terceirizou a educação dos filhos aos professores e escolas, e isso influencia diretamente na Segurança Pública. Se os pais, com a noite e o dia para educar os filhos, reclamam que não dão conta, imagine os professores com quatro ou cinco horas por dia e por cinco dias na semana? A família, em média, tem dois filhos, enquanto o professor tem de 30 a 40 alunos em uma sala de aula. Como os pais terceirizam a responsabilidade de educar e a escola e professores também não conseguem fazer o papel dos pais, pois possuem o dever de escolarizar, as crianças e adolescentes ficam largados no meio do caminho e passam a não aceitar as regras ou autoridades. E com isso se envolve com o crime e criminosos. Ninguém substitui pai e mãe. Pai e mãe não devem ser submissos aos filhos e devem agir com autoridade. Eu disse autoridade e não autoritarismo. Quando me refiro à Educação é no sentido mais amplo da palavra. Uma Educação que envolva a família e poder público. Essa é uma saída em longo prazo, por isso a necessidade de medidas emergenciais e paliativas, como a mudança da maior idade penal.

Legislação arcaica

Pelo que estamos acompanhando pela imprensa nacional sobre a mudança da maior idade penal, até parece que os menores são os únicos responsáveis pela insegurança pública. Não podemos esquecer os benefícios dados aos marginais adultos e que são previstos em legislação, principalmente na Lei de Execução Penal. Isso também tem que mudar. Nossa legislação é arcaica e não protege o cidadão de bem e acaba contemplando o marginal.

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Explosão de caixa

Bandidos explodiram um caixa eletrônico da agência do banco Bradesco, na madrugada de ontem, em Buritizal (SP). A Polícia Militar naquela cidade chegou a perseguir e trocar tiros com os marginais que estavam em um Corolla de cor preta e armados de fuzis. A Polícia Militar em Delta e Uberaba foram avisadas ainda na madrugada e ficaram em alerta, pois se cogitou que o bando teria fugido para Uberlândia e passaria por Uberaba.

O silêncio dos bons

O Residencial 2000 aos poucos vem se tornando um bairro onde quem dá as cartas são os bandidos, exatamente como ocorre nas favelas cariocas. Ambulâncias, bombeiros, Samu, em alguns casos e dias, só entram no bairro com apoio da Polícia Militar. E mesmo a Polícia Militar, em algumas situações, só entra em grupo e em várias viaturas, mas os policiais militares não se deixam intimidar e atendem a população. O problema não são os criminosos. O problema são as pessoas de bem que se escondem por medo de represálias. Para isso foi criado o Disque Denúncia Unificado (181). Você não vai ser identificado. Se não estou enganado foi Martin Luther King que disse uma frase de valor inquestionável: “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. É sob o silêncio cúmplice dos decentes que alguns criminosos acabam prosperando, por enquanto.

Furto no Banco do Brasil

As polícias Militar e Civil em toda Minas Gerais está à procura dos ladrões que arrombaram o cofre central da agência do Banco do Brasil no centro de Coromandel (MG) na madrugada de domingo (5). O número de marginais está sendo mantido em sigilo, mas já se sabe que foram furtados exatos R$ 939.736,54 em dinheiro.

No whatsapp

Os marginais usaram um maçarico para arrancar portas e grades de ferro do Banco do Brasil de Coromandel. Durante a limpeza do local, foi localizado um chip de celular da operadora Claro, que pode vir a ser de um dos bandidos. A Polícia Civil está periciando o chip e suspeita-se que existam conversas da quadrilha pelo whatsapp.

O grito dos maus

E por falar no Residencial 2000, no domingo (5), dois ônibus do transporte coletivo urbano foram assaltados. O primeiro roubo foi a 0h40 e o segundo às 23h50. Os autores desses assaltos são dois homens aparentemente adolescentes e estavam armados com pistola. Eles solicitaram parada na avenida Maria Teresinha Rocha e, próximo a uma escola Municipal, anunciam assalto. Motoristas não querem mais trabalhar na linha, pois temem por suas vidas. E se isso persistir, quem vai acabar pagando o pato são os moradores de bem. “O que me preocupa não é o grito dos maus...”.

Vingança

O tapeceiro Alessandro Pereira da Silva, 40 anos, morto na noite de domingo (5) já tinha passagens pela polícia por tráfico de drogas, lesão corporal e ameaça. Ele também chegou a ficar preso por seis meses em 2006 na penitenciária de Uberaba. Tudo indica que sua morte não tem nada a ver com seu passado e sim devido a desentendimento com outras pessoas em um bar, pois após chegar em casa pegou uma faca, colocou na cintura e saiu dizendo à esposa que iria resolver “umas coisas”. Parece que as “coisas” encontrou o tapeceiro primeiro. Esse caso não está difícil.

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