Lavagem de dinheiro
A notícia de que dois homens foram presos por estarem transportando R$ 86 mil em espécie surpreendeu a muitos. Não pelo fato da prisão, mas sim pela necessidade de comprovação de origem lícita. No caso específico, um dos homens assumiu a propriedade do dinheiro e não conseguiu provar a origem. Por isso, os valores foram apreendidos pela Polícia Federal. Também foi levado em consideração o fato do suspeito ter passagens por tráfico de drogas e preferir usar de seu direito de ficar em silêncio a se explicar (se é que tem explicação lícita) à autoridade policial federal.
Declaração de porte
Outro fato que também surpreendeu a muitos, é a necessidade de ter em mãos a Declaração de Porte de Valores (DPV) expedida pela Receita Federal para aqueles que pretendem transitar com quantias acima de R$ 10 mil. A regra serve principalmente para quem pretende viajar para fora do País. Não existe um limite, mas é necessário apresentar na entrada ou saída do território nacional a DPV, caso o montante ultrapasse R$ 10 mil, ou equivalente em outra moeda. A obrigatoriedade é válida para qualquer tipo de transporte (aéreo, marítimo ou rodoviário).
Explicação
Enquanto presidiários do Estado de São Paulo utilizam de drone (mini-helicóptero) para o transporte de celulares para dentro dos presídios, aqui estão “plantando os aparelhos”. Agentes penitenciários localizaram pacote com 10 celulares, maconha e um alicate de cortar fios enterrados próximo à cerca da horta onde presos trabalham. Todos os celulares estavam com a etiqueta da “Mundial Celular”. A loja foi arrombada em 28 de março deste ano e teve 50 aparelhos furtados. Pode estar aí a explicação para o grande número de furtos e roubos de celulares.
Pedofilia
É crescente o número de registros de estupros de vulneráveis (menor de 14 anos) onde as vítimas são do sexo feminino. Na sua grande maioria o crime ocorre dentro de casa ou na casa de parentes próximos. Somente na semana passada foram registrados dois casos. Um deles, uma avó disse ter flagrado seu genro de 22 anos mostrando o pênis para sua neta de 12. Ele negou dizendo ser implicância da sogra, mas foi preso. No outro, a mãe deixou a filha de 13 anos dormir na casa de uma amiga e quando ela voltou contou que tinha “perdido” a virgindade com um amigo.
A novela
Esta semana tivemos mais um capítulo da novela “o segundo batalhão”. Antes de fazer meus comentários é necessário que se esclareça que sou a favor de um segundo, terceiro, quarto e até um quinto batalhão da Polícia Militar em Uberaba, desde que tenha policiais militares, armamento, viaturas, enfim, a estrutura necessária para que os militares tenham segurança para fazer a nossa segurança.
Promessas antigas
Também devo esclarecer que durante a campanha para prefeito de Uberaba, pelo menos três candidatos falaram na implantação do segundo batalhão na cidade, entre eles o prefeito eleito Paulo Piau, o hoje secretário de Saúde Fahim Sawan e o deputado estadual Antonio Lerin (que era da base aliada do então governador Antonio Anastasia). Trata-se de promessas antigas que ganharam força agora, graças às eleições em outubro próximo.
Obras e votos
Ao bem da verdade, não precisamos de outro batalhão. Bastam mais 200 policiais e 40 viaturas. Simples, rápido e prático. E se o governador quiser mesmo nos prestigiar, um helicóptero seria o ideal. O grande problema, caro leitor, é que pessoal (PMs) e veículos não dão votos. Político gosta de obras, de prédios para ver seu nome na placa de inauguração e falar que fez. Até nos passam a impressão que fizeram com dinheiro próprio e não do povo.
Posto fechado
Ficou evidente o constrangimento de alguns policiais militares durante entrevista coletiva para informar o estudo para implantação de um novo batalhão. E o constrangimento não é para menos, pois sabemos que Uberaba não tem efetivo nem mesmo para 4º BPM. Tanto é verdade que o posto da Polícia Militar no terminal rodoviário está fechado há mais de dois meses. E o posto está fechado justamento por falta de policiais militares.
Engodo político
Na verdade é que toda essa novela é uma espécie de cortina de fumaça. Uma forma do Estado maquiar o crescimento assustador da violência em Uberaba. E também não podemos ignorar que em outubro próximo teremos eleições para governador, senadores, deputados federais e estaduais. A de se ressaltar que o comandante da 5ª RPM deixou claro que são necessários 200 militares somente para o 4º BPM e mais 200 para o que seria o 59º BPM.
Só no papel
E, ao contrário do que muitos acreditam, tenho plena convicção da instalação de um segundo batalhão em Uberaba. Isso vai acontecer, agora não tem como recuar. O que me preocupa é como vai acontecer. O governador pode criar o batalhão (59º BPM) dentro das instalações do 4º BPM e dividir a tropa entre os dois, o que daria hoje, aproximadamente 175 militares para cada. É desvestir um santo para cobrir outro.
Escola de soldados
Também quero lembrar que Uberaba não tem mais escola de formação de soldados. Eles são formados em Belo Horizonte. Depois de um ano e quatro meses de curso é que são distribuídos entre os 853 municípios do Estado. Fica mais evidente a inviabilidade como prometido para este ano. Isso é coisa para se discutir em 2015, aí já serão outro governador, outros deputados estaduais, outro comandante da Polícia Militar, enfim, outro grupo político com outras promessas e prioridades.
