SENTINELA

Presos do semiabert cometem crimes no horário de trabalho

Um ex-vereador responsável por fiscalizar não foi encontrado (Laia mais...)

Carlos Paiva
Carlos Paiva
carlospaiva@globo.com
Publicado em 29/03/2015 às 07:06Atualizado em 17/12/2022 às 00:47
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Desordem pública

A Polícia Militar desencadeou operação no Horto Florestal, na quarta-feira (25), e acabou escancarando o que muitos já sabiam: alguns presos do semiaberto estavam aproveitando do benefício previsto em legislação para cometerem os mais diversos tipos de crimes. Dos 42 beneficiados, apenas 10 foram encontrados no local onde deveriam. E alguns, dos poucos localizados, portavam celulares, dinheiro e drogas. No documento lavrado pela Polícia Militar consta também que o funcionário do Horto, o ex-vereador “Valdeci Borracheiro”, responsável por fiscalizar os presidiários durante o trabalho externo, não estava no local e sequer foi encontrado pelos policiais militares. Também ficou constatado que os presos estavam se comunicando através do aplicativo Whatsapp e alguns só apareceram no local onde deveriam estar depois de serem informados da operação policial. Ainda coube à Polícia Militar intensificar o policiamento à procura de presos que deveriam estar no trabalho. Pelo menos 27 sentenciados foram encontrados em bairros adjacentes sem nenhum acompanhante ou supervisão, bem como não se deslocavam em veículo de transporte oferecido pela Prefeitura de Uberaba. Eles estavam em carros particulares e dirigidos por parentes ou amigos. O que se viu foi uma sucessão de absurdos bancada com dinheiro público, afinal o preso custa ao Estado mais de R$ 3,5 mil por mês. No caso dos beneficiados com o semiaberto/trabalho externo, o descaso com o dinheiro público é ainda maior, pois por uma jornada de trabalho de 40 horas semanais, o preso recebe um valor mensal e para cada três dias trabalhados, tem redução de um dia em sua pena. Pior ainda é saber que muitos beneficiados pelo semiaberto estavam nas ruas praticando crimes violentos, principalmente assaltos. Por diversas vezes, a Polícia Militar se deparou e prendeu em flagrante presos que deveriam estar no trabalho. Não tenho dúvidas em afirmar que, com a operação de quarta-feira (25), a Polícia Militar cumpriu com sua função constitucional e agiu preventivamente impedindo ocorrências de crimes.

Afronta

A coluna encontrou no Facebook de alguns dos presidiários beneficiados com o semiaberto/trabalho externo uma verdadeira afronta às polícias, Justiça, Ministério Público e principalmente ao povo. Presos que deveriam estar trabalhando postam fotos em diferentes horários e locais, ostentando roupas e óculos de sol de grife, celulares caros, dinheiro e ainda tiram onda postando “#sonabrisa” (alusão de estarem fazendo uso de maconha).

Blindagem

Enquanto presidiários fazem festa com dinheiro público e debocham das nossas Forças de Segurança, o empresário E.G., 57 anos, foi perseguido e teve o carro alvejado por tiros disparados por homens que ocupavam VW Fox de cor preta durante tentativa de assalto na sexta-feira (27). A vítima, que paga impostos e gera dezenas de empregos, não foi atingida graças ao investimento de uma pequena fortuna na blindagem de seu VW Saveiro.

Aliciadores para o tráfico

Com a prisão, na quinta-feira (26), no aeroporto internacional do Rio de Janeiro, do uberabense I.H.S.R., educador físico e instrutor de uma academia em Uberaba, a Polícia Federal (PF) espera pôr fim a uma quadrilha que vem aliciando jovens para buscar drogas em Amsterdã (Holanda). A delegada-chefe da PF em Uberaba, Karen Durden, disse à coluna que o bando não é de Minas Gerais, mas vem investigando e acredita no envolvimento de vários outros jovens da região. O instrutor de academia foi preso graças a uma denúncia feita na Delegacia da PF em Uberaba, mas o alvo não era ele. Conforme a delegada federal, o instrutor de academia não estava na lista e foi abordado aleatoriamente por agentes no aeroporto depois de desembarcar de um voo de Amsterdã. Com ele, os policiais federais apreenderam haxixe e skank avaliados em mais de R$ 500 mil. Em seu depoimento disse que foi contratado para buscar drogas, mas não disse por quem ou quanto ganharia. O estudante J.J.M., residente em Araxá, também foi preso com drogas depois de desembarcar do mesmo voo. Os dois foram autuados por tráfico internacional de drogas e estão recolhidos em presídios da capital carioca. Os nomes estão sendo preservados para não prejudicar as investigações, pois a PF deve fazer diligências para localizar e prender outros integrantes da quadrilha.

Preço da insegurança

Com expressivos números de furtos e roubos, as caminhonetes e motocicletas são os veículos que menos possuem opções para seguro particular em nossa região. Uma caminhonete, de R$ 148 mil (0 km), por exemplo, o proprietário pagará um seguro de aproximadamente R$ 8,9 mil. Já as motos, modelos populares como uma Honda 150 (0 km), o valor pode chegar a 12% do veículo, o que praticamente inviabiliza, mas, ainda sim, é melhor ter.

Alternativas

E para quem não pode investir em um seguro, é bom ter em mente que não existe uma forma que garanta que você não será vítima de ladrões, mas você pode dificultar. Os alarmes com sensor de presença e corte da ignição elétrica são boas opções e não custam tão caro e pode ser pago em parcelas. Outra alternativa é a chave/segredo que corta a corrente e pode ser instalada em qualquer eletricista de automóveis e custa de R$ 50 a R$ 80.

Em liberdade

Depois de 20 dias, o homem que confessou ter matado outro “como se fosse um porco”, com uma facada debaixo do braço e outra na jugular, e que não estava arrependido e faria tudo de novo, foi colocado em liberdade provisória pela Justiça em Conceição das Alagoas. O desocupado Sivaldo Santana dos Santos, 43 anos, matou Reginaldo José dos Reis, 43, no último dia 5, na praça da rodoviária daquela cidade. A motivação estaria relacionada a ciúmes. Um suposto triângulo amoroso em plena praça pública, literalmente. A coisa naquela região é de dar medo.

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