Publicidade em painel eletrônico instalado na na rotatória da avenida Santa Beatriz com Santos Dumont.
Painéis eletrônicos
Se você já passou pela praça Henrique Kruger (dos Correios) onde também se inicia a avenida Doutor Fidelis Reis, deve ter notado uma espécie de outdoor eletrônico ou painel eletrônico, como queiram. Então, você viu uma publicidade neste painel mostrando alguns bebês andando de patins. Não há quem não olhe. É muito bonito. Lindo maravilhoso. Também existem painéis eletrônicos na rotatória da avenida Santa Beatriz com Santos Dumont e na avenida Santa Beatriz com Nenê Sabino. E tem também aqueles outdoor de mulheres vestidas apenas com lingerie. Tudo é muito bonito. É simplesmente de parar o trânsito. E é justamente esse o problema.
Ilegalidade
Os painéis eletrônicos e outdoors chamam muita a atenção dos motoristas e motociclistas podendo inclusive provocar acidentes. Esse tipo de publicidade, no local onde estão instalados, está totalmente em desacordo ao que determina a legislação de trânsito, afinal o Artigo 81 do Código Brasileiro de Trânsito (CTB) está clar “Nas vias públicas e nos imóveis é proibido colocar luzes, publicidade, inscrições, vegetação e mobiliário que possam gerar confusão, interferir na visibilidade da sinalização e comprometer a segurança do trânsito”. Sendo assim, cabe a Prefeitura de Uberaba, através da Secretaria de Trânsito e Transporte, resolver o problema, ou vão esperar por uma tragédia?
A pequena Aninha
Sem qualquer tipo de pré-julgamento, o Hospital da Criança ainda tem muito que esclarecer sobre a morte da garotinha Ana Júlia de Freitas Gonçalves, chamada carinhosamente de “Aninha”, que tinha tão somente sete meses de vida. Em nota, a direção explica que a menina foi atendida a 1h54 com vômitos e algumas manchas pelo corpo. Diz ainda que, “a mãe do bebê havia medicado a filha com AAS e Dipirona”. Conforme familiares de “Aninha”, ela tinha o hábito de usar esses medicamentos e nunca teve reação alérgica.
Esclarecimento
Ainda segundo a direção do Hospital da Criança, a médica plantonista “prescreveu Tylenol gotas e Plasil intramuscular”. Em seguida, como bem narra à nota de esclarecimento do Hospital da Criança, a garotinha “apresentou sudorese [transpiração em excesso], dispnéia [dificuldade de respirar] e taquicardia [aumento da frequência cardíaca] e foi colocada no oxigênio e apresentou saturação normal”. No entanto, mesmo o quadro clínico do bebê sendo considerado “normal”, como diz a nota, “por precaução (às 2h40) a médica encaminhou a menor ao HC da UFTM.
Morte precoce
A direção do Hospital da Criança finaliza dizendo o que não forneceu “atestado de óbito porque a criança faleceu no Hospital de Clínicas da UFTM, mais ou menos 4 horas depois”. Isso é verdade. O Hospital da Criança tenta tirar sua responsabilidade e jogar para o Hospital de Clínicas da UFTM. Não dizem que a menina entrou respirando normalmente, alegre, bem disposta e saiu na maca da unidade de suporte avançado do Samu (uma espécie de UTI móvel) e respirando com ajuda de aparelhos e foi direto para o Pronto-socorro Infantil do HC da UFTM, onde faleceu.
Na UFTM
O Hospital de Clínicas da UFTM também mandou nota de esclareciment “A criança Ana Júlia de Freitas Gonçalves deu entrada no HC da UFTM no dia 5 de fevereiro de 2013, às 2h56, com quadro de suspeita de choque anafilático. Apesar de todas as medidas tomadas pela equipe da unidade de Pronto-socorro Infantil, o quadro evoluiu para óbito, registrado às 6h. O corpo foi encaminhado para o Serviço de Verificação de Óbito do município às 8h30 do mesmo dia”. Como se denota a criança já deu entrada na UFTM em estado gravíssimo e com “suspeita de choque anafilático”.
Choque anafilático
Mas, afinal o que vem a ser “choque anafilático”? Respond é uma reação alérgica, de hipersensibilidade imediata e severa, que afeta o corpo todo. A sua manifestação mais grave é quando provoca a obstrução de vias aéreas superiores (por isso, Aninha ficou roxa tão logo recebeu a medicação no Hospital da Criança) que pode ser fatal. Assim, fica comprovado que realmente a médica pediatra do Hospital da Criança não assinou o atestado de óbito, como bem diz a nota. Aos meus olhos também ficou evidente que a médica sabia que a menina estava grave e passou a responsabilidade para o Hospital de Clínicas da UFTM. É semelhante ao que fez Pilatos ao sentenciar Jesus Cristo à morte.
Urgência
Depois destas explanações e comentários vem o mais grave: o corpo da pequena Aninha não foi necropsiado, como deveria, afinal, trata-se, no mínimo, de uma morte duvidosa. O que significa que a Polícia Civil, Ministério Público e Justiça precisam agir rápido, ou caso contrário, a família e a população de Uberaba jamais vão saber o que aconteceu.
Exumação
Existe a necessidade imediata de se fazer a exumação do pequeno cadáver da “Aninha” para retirada das vísceras e saber que remédio e a quantidade foi aplicada na menina. Até o momento, o que estamos assistindo são tentativas desesperadas de camuflar e transferir responsabilidades. Daqui a pouco a culpa vai ser da menina que tinha apenas sete meses de vida. Daqui a pouco vão dizer que Ana Júlia de Freitas Gonçalves é que não deveria ter nascido. Ela é que não deveria ficar doente.
Obrigado pela leitura e um bom domingo de carnaval e uma semana de muita saúde e segurança.