SENTINELA

Registrados 19 homicídios em Uberaba desde janeiro

Das 20 mortes em 2014, 15 foram por arma de fogo (Leia mais...)

Carlos Paiva
Publicado em 07/04/2014 às 16:56Atualizado em 19/12/2022 às 08:17
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 Mortes 2014. Já foram registrados somente em Uberaba 19 homicídios e um latrocínio (roubo seguido de morte) em 2014. Mais que o dobro de 2013, no mesmo período. Das 20 mortes em 2014, 15 foram por arma de fogo, três por golpes de faca e duas por objetos diversos. As vítimas são todas do sexo masculino e com idade média de 33 anos. A principal motivação é a vingança.  E em 90% dos casos as vítimas tinham envolvimento com o crime, principalmente tráfico e uso de drogas. Em 2013, levando em consideração o mesmo período (de 1º de janeiro a 6 de abril de 2013) foram nove homicídios. Seis eram homens e três mulheres. A idade média das vítimas era de 31 anos. Dos nove, seis foram mortos a tiros e três a facadas.   A omissão. As mortes em 2014 expressam bem a insegurança pública em Uberaba. E olha que nem me atrevo a citar números em relação aos assaltos. Diferente do que muitos imaginam o problema não está nas polícias. Pelo contrário, os policiais (militares, civis, federais e rodoviários federais e estaduais) saem às ruas todos os dias para prender os mesmos infratores e pelos mesmos crimes. Estão enxugando gelo. O problema, ou solução, como queira, vai de mudança de cultura, comportamento social das pessoas de bem e, principalmente, políticas de Segurança Pública. Não podemos nos esquecer que o silêncio também é uma forma de crime, a omissão.    O que fizemos?. Na semana retrasada assistimos a um bando de marginais manipularem adolescentes para um “protesto” pela morte de um bandido. Bandido este que estava em pleno cumprimento de pena e morreu depois de reagir a uma abordagem, para não voltar para a cadeia. Eles queimaram pneus, danificaram ônibus e causaram transtornos a milhares de trabalhadores honestos. Os marginais se mobilizaram e mesmo desorganizados, fizeram um “protesto”. E o que nós (sociedade, povo de bem) fizemos?    Ataque contra o povo. Na semana passada mais uma ação culminou no ataque covarde a uma viatura da Polícia Militar e o cabo PM Marcelo Alves de Carvalho foi baleado na cabeça. E de novo, o que fizemos? E nesse caso, a situação é ainda mais grave. Quando se ataca uma guarnição policial, na verdade se está atacando o Estado. E o Estado somos nós. Quando cravejaram a viatura policial de balas e acertaram a cabeça do cabo Marcelo, na verdade todos nós fomos alvejados pelos marginais.    Quem cala consente. Sei que é difícil, por exemplo, para quem mora na região do “Beco dos Budas”, se manifestar. Mas podemos fazer nossa parte como cidadãos de bem. Primeiro temos que acabar com essa cultura idiota de que polícia é tudo igual e que todos agem com truculência e são desonestos. Temos que apoiar as boas ações e os bons policiais. Temos que ocupar o nosso lado na história. Quando nos curvamos e calamos, estamos apoiando o mau e enfraquecendo, cada vez mais, o bem. O silêncio beneficia os que gritam.    Interesses pessoais. Outra forma de nos manifestarmos é denunciar, mesmo que de forma anônima, crimes e criminosos. Policiais, promotores de Justiça e Juízes de Direto, nada mais são do que cumpridores de leis. Não fazem as leis. É aí que talvez encontremos a maior ferida da Segurança Pública: a legislação. E, ao contrário do que você deve estar imaginando, a culpa não é dos políticos. É nossa. Somos nós que os elegemos. Eles deveriam trabalhar em causas de interesse da população, mas alguns acabam empenhados e legislando em causa própria.    Os sem caráter. Políticas de Segurança Pública se faz através de nossos representantes eleitos democraticamente. O voto é nossa melhor arma para se combater o crime. Temos que dar um basta em políticos corruptos, mentirosos que nos induzem a acreditar e consequentemente votar errado. Com os meios de comunicação tão atuantes, como acontece hoje, o eleitor tem plena condição de separar o joio do trigo. Saber diferenciar as promessas que podem ser cumpridas daquelas que jamais poderão ser executadas. É necessário analisar o passado e o presente do candidato. Só assim saberemos como vai agir no futuro. Analisar seu comportamento perante a sociedade. Não podemos eleger políticos que mentem mesmo antes de serem eleitos ou reeleitos. Esse não tem caráter e com certeza não tem compromisso com população.   Para refletir. É necessário que tenhamos cuidado ao votar. Ou caso contrário, meu nome, o seu, ou de alguém que a gente ama muito, pode fazer parte das estatísticas das vítimas de violência. E não pensem nem por um minuto que você não faz a diferença. Sozinhos, somos fracos, mas juntos, somos invencíveis. Se temos o poder de eleger, porque não exercer esse poder com qualidade. Pense nisso.   

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