Divulgação PMMG
Os três homens presos pela Polícia Militar em Araxá estão descartados da suspeita de envolvimento na explosão do caixa eletrônico no aeroporto de Uberaba
Para refletir
“Pessoas falsas são como produtos piratas. Te atraem pela facilidade, mas logo te decepcionam pela qualidade.” Autor Desconhecido
Pena de morte existe
De acordo com a Secretaria de Estado de Governo (Segov), Uberaba teve aumento de 14,29% de crimes de homicídio no primeiro semestre de 2015, enquanto a cidade vizinha de Uberlândia sofreu queda de 23,88%. Mesmo com esses dados, o comandante do 4º BPM em Uberaba disse em entrevista a um órgão de imprensa, que Uberaba não tem uma taxa elevada de homicídios se comparada a outras cidades do Estado e do Brasil. E que o mais preocupante, em sua opinião, é “em relação à investigação para impedir, principalmente, a atuação de quadrilhas e vinganças”. Uberaba já registrou 37 mortes (homicídio e latrocínio) até a data atual, isso levando em consideração somente a área territorial de Uberaba. Deste total, 21 possuíam envolvimento com o crime ou criminosos, dois foram mortos durante assalto (latrocínio), três foram assassinados em outras cidades e seus corpos desovados em área territorial de Uberaba e os demais foram mortos por motivos passionais, vingança e acerto de contas. O comandante do 4º BPM, tenente-coronel Waldimir Soares Ferreira, disse a mais pura e cristalina verdade quando fala de “quadrilhas” e “vinganças”. Hoje, Uberaba está dividida em territórios mantidos por pequenas facções criminosas ou gangues como preferirem. Uberaba, a nossa Uberaba, foi dividida em partes por traficantes que ostentam suas marcas na divisa de território, basta observar alguns muros e postes da cidade. Quem ousar invadir a área demarcada ou desobedecer à ordem dos criminosos morre. Simples assim. É claro que o PCC ainda está instalado na cidade, mas perdeu força para as gangues de bairros. São os marginais nos bairros que estão mandando e condenam à morte quem eles bem entendem. E depois ainda dizem que não existe pena de morte no Brasil. Claro que existe, só que está nas mãos de bandidos. A sociedade precisa dar um basta nesta situação. E quando digo sociedade estou me referindo a todos nós, pessoas de bem. Precisamos nos juntar aos “mocinhos” ou daqui a pouco estaremos sendo expulsos de nossas casas pelos bandidos. Uma boa arma para o bom cidadão é o Disque Denúncia Unificado (DDU). Você não precisa nem dizer seu nome. O DDU já tirou muitos bandidos de circulação.
Que venha
A polêmica votação da redução da maioridade penal deve ser votada em 2º turno pela Câmara dos Deputados só em agosto. O pedido de mais de 100 deputados para anular a votação em 1º turno foi negado pelo Supremo Tribunal Federal. A proposta de reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos, nos casos de crimes hediondos, foi aprovada no início deste mês. Pela emenda aprovada, os jovens de 16 e 17 anos deverão cumprir a pena em estabelecimento separado dos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas e dos maiores de 18 anos. É aguardar. Para especialistas, o ideal seria aumentar o tempo de internação previsto no ECA.
Defasagem
De acordo com o presidente do Sindicato de Delegados de Polícia Civil de Minas Gerais, delegado Marco Antônio de Paula Assis, a estrutura precária da PC limita a capacidade de investigação de crime e deixa centenas de casos sem solução no Estado. Segundo ele, “7.500 policiais civis estão efetivamente em trabalho. Se considerar que há 20 anos esse número era de 12 mil servidores, pode se perceber a discrepância. A sociedade aumentou, a Polícia Militar quase que dobrou neste período e a PC encolheu um quarto ou mais”, relatou o representante do sindicato. A PC contestou os números e disse que no quadro constam mais de 11 mil policiais. Isso é muito?
Autuados
O delegado de Polícia Civil em Araxá (MG), Waldemar Tassara Júnior, autuou os três homens presos na tarde de terça-feira na BR-146, próximo a Araxá, por receptação e formação de quadrilha. Os três homens foram considerados suspeitos de terem participado da explosão do caixa eletrônico do Banco do Brasil no aeroporto de Uberaba. Tarcisio Alves de Souza, 29 anos, de Janaúba (MG), conduzia um Toyota Hilux com R$ 17.750 em dinheiro no interior do carro. Seu primo, Wallace Flávio de Souza, 25, de São Paulo (SP), conduzia um GM Cobalt com queixa de furto/roubo e o taxista Flávio Pereira da Costa, 30, de Jaíba (MG), conduzia uma Mitsubishi Pajero, também roubada no dia 20, na cidade de Montes Claros.
Fiança de R$ 31 mil
Ainda de acordo com o delegado Waldemar Tassara, os três disseram que estariam indo sentido a São Paulo e que iriam passar em Araxá para gastar dinheiro em uma casa de prostituição. O condutor da Hilux disse à autoridade policial que os R$ 17.750 eram provenientes da venda de um carro. Tal fato terá que ser provado no percurso do processo na Justiça. Ainda foi dado, conforme determina a lei, o benefício da fiança aos acusados Wallace Flávio de Souza e Flávio Pereira da Costa pelo crimes de receptação e formação de quadrilha, no valor de R$ 31,5 mil (cerca 40 salários mínimos) para cada, porém não tiveram condições de pagar. Já Tarcisio Alves de Souza foi autuado em flagrante por formação de quadrilha e a fiança estipulada R$ 23,6 mil (cerca de 30 salários mínimos), mas também não pode pagar. Os três foram recolhidos no presídio de Araxá. De acordo com o delegado chefe do 5º DPC Ramon Tadeu Bucci, o delegado de Araxá representou pela prisão preventiva dos três acusados e era esperado para o fim da tarde de ontem o deferimento do juiz de Direito daquela Comarca.
Sem vínculo
Questionado sobre o possível envolvimento dos três na explosão do caixa eletrônico do Banco do Brasil no aeroporto de Uberaba, o delegado Waldemar Tassara disse não ter encontrado nenhum vínculo, pois o dinheiro estava limpo e sem sinais de queimaduras e algumas versões apresentadas pelos acusados, tais como horário e locais de permanência, foram confirmadas, mas não descarta nenhuma possibilidade de envolvimento. Agora a Justiça decidirá o destino dos três.
Coincidência?
A Polícia Federal continua na investigação da explosão dos caixas do Banco do Brasil no Hospital de Clínicas da UFTM e aeroporto de Uberaba. Pode até ser coincidência, apesar de não acreditar, mas estouraram dois caixas do mesmo banco e também mesmo horário. E modo de ação também semelhante. Como prenderam o desocupado Felipe Ramalho Queiroz em Uberaba, o restante da quadrilha também pode estar aqui e em plena ação, como presenciamos na madrugada de terça-feira (21) na explosão do caixa eletrônico do aeroporto.