Suspeitando de lesões, médica denuncia mãe por maus-tratos no Hospital da Criança

As dores e a doença curada na raiz
Já estamos acostumados a ler, ouvir e assistir críticas ao Hospital da Criança e a alguns dos servidores, mas hoje quero pedir licença para contar a história de uma médica que curou e salvou a vida de uma criança sem medicar ou receitar um único remédio. A médica (o nome será preservado) a que me refiro tem 52 anos e acionou a Polícia Militar no Hospital da Criança após detectar que uma criança (a idade também será preservada) apresentava lesões antigas na costela e era vítima de maus-tratos e, a meu ver, até de tortura física e psicológica por parte da própria mãe. O menor chegou no hospital reclamando de dores no abdômen do lado esquerdo, e após a realização de uma radiografia (raio x), constatou-se a existência de calcificações nas costelas por lesões ocorridas anteriormente.

Profissionalismo
A médica, preocupada, dirigiu-se até o avô da criança, que a acompanhava no momento, e disse que o menino deveria evitar esforços físicos. Foi aí que a história mudou de rumo: o avô disse à médica que seria impossível, pois o garoto era obrigado pela mãe a realizar os afazeres domésticos e era agredido quando não fazia ou não ficava a contento. A médica não quis saber de mais conversa e acionou a Polícia Militar.

Agressões diárias
Na presença dos policiais militares da 41ª Companhia do 4º BPM, a médica passou a conversar com a criança. O menino disse que quando não acata as ordens de sua mãe, de 29 anos, é agredido com muita violência: “Ela me bate com o que tiver na mão, ela não sabe bater". A criança ainda disse que as dores que vem sentindo nas costelas são devidas à última vez que sua mãe o agrediu, há aproximadamente um mês, o que, segundo a médica, está de acordo com o exame de radiografia.

Agressões cruéis e covardes
O menino relata ainda que sua mãe já o agrediu outras vezes, com cabo de vassoura, chinelo, cinto, além de uma vez tê-lo desferido socos e chutes, pois é obrigado a arrumar a casa, lavar louça, passar roupa e, à noite, ainda faz a comida para os moradores da residência. E quando questiona sua mãe, é agredido com muita violência. Ainda segundo a criança, sua mãe se tranca dentro do quarto durante o dia todo, enquanto ele realiza as tarefas de casa.

Providências
Depois de ouvirem os relatos do menino, os militares também ouviram as "explicações" da mãe. Uma conselheira tutelar acompanhou o caso e deve levar ao conhecimento do promotor de Justiça e Juiz de Direito da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Uberaba. A Polícia Civil também já foi informada do caso, que agora segue em “segredo de Justiça”, mas fica a esperança de que haja uma apuração ágil (como sempre acontece em casos envolvendo menores). Se comprovadas as acusações contra a mãe, que ela seja punida com o rigor da lei e que a criança encontre um verdadeiro lar.

Curando doenças quase sempre invisíveis
À médica do Hospital da Criança, ficam aqui meus cumprimentos e, por que não?, agradecimento. Enquanto muitos médicos fazem de conta que não enxergam a “raiz da doença”, ela se prontificou a curar a criança não só dos sintomas, mas também da doença. Não tenho dúvidas de que ela salvou a vida desta criança, ou pelo menos a tirou do sofrimento que nunca deveria ter sofrido. Ela foi médica no sentido mais profundo desta bela e indispensável profissão, e quem está dizendo isso é um pai de uma menina de 2 anos e 8 meses.

A coragem de contrariar a bem da população
E por falar no Hospital da Criança, não posso deixar de ressaltar a coragem da prefeita Elisa Araujo em criar uma UPA infantil, mesmo que ainda provisória (inaugurada ontem), pois muitos prefeitos prometeram e só terceirizaram a responsabilidade, principalmente para o Hospital da Criança, que por anos cuidou quase que sozinho do atendimento médico e hospitalar da população infantil de Uberaba. Também devo ressaltar a coragem da prefeita Elisa Araujo de transferir a UPA Infantil provisória para o local onde por anos funcionou, e às vezes até de forma precária, a UPA do Mirante. O porquê da coragem? Ela contrariou interesses até mesmo de pessoas bem próximas. É claro que a Saúde em Uberaba continua doente, mas pelo menos um problema foi amenizado.

Mais uma vítima da BR-262, até quando?
A coluna ainda tenta confirmar se o empresário Franciel Gonzaga Silva, de 33 anos, morto ao colidir com o carro que dirigia, um VW Parati, cor prata, placas de Conceição das Alagoas, com uma carretinha de transporte acoplada, na traseira de um caminhão na rodovia BR-262, é o artista que fabrica e vende móveis rústicos em Veríssimo (MG) e que já foram vendidos até para o exterior. E mais: ele também teria sido um peão de rodeio que fez muito sucesso, mas teria abandonado as arenas há alguns anos. O acidente, que aconteceu no quilômetro 818, sentido Uberaba-Campo Florido (MG), tem deixado muita gente intrigada. O empresário não teria visto o caminhão que seguia na mesma faixa, sentido e em baixa velocidade? Os bombeiros militares notaram que não havia marcas de frenagem do veículo, o que fortalece a tese de que ele não tenha visto o caminhão. E o caminhão, que prestava serviços para a concessionária Triunfo Concebra recolhendo os cones de funcionários que faziam a limpeza do canteiro central, não deveria ter uma sinalização ou sinalização melhor. São perguntas que só a Perícia Técnica da Polícia Civil deve responder com a conclusão do laudo a ser juntado no inquérito policial. O que é certo é que a BR-262 fez mais uma vítima e, claro, graças à inércia e até mesmo ao estelionato político de alguns políticos que aproveitam a desgraça das famílias para contabilizarem votos. Até quando????

Presidente da CMU no ar
O programa SENTINELA, apresentado por este colunista, de segunda a sexta-feira, das 17h às 18h, após um longo período, volta a fazer entrevistas nos estúdios da Rádio JM, FM 95,5. O entrevistado de hoje é o empresário no ramo alimentício e hoteleiro, vereador e presidente da Câmara Municipal de Uberaba, Fernando Mendes. É claro que vamos falar de Segurança Pública, mas também vamos falar de política, Saúde e sucessão à prefeitura de Uberaba em 2024.