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Comentários sem eira nem beira

Numa pequena cidade do sul do país, um velho padre

Padre Prata
thprata@terra.com.br
Publicado em 20/07/2014 às 11:20Atualizado em 19/12/2022 às 06:49
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Numa pequena cidade do sul do país, um velho padre (ignoro os motivos) detestava argentinos. Todos os dias, nas missas, procurava pretextos para desancar nossos vizinhos. Dizia que se julgavam superiores, que chamavam nossa seleção de “la seleción de los macaquitos”, eram arrogantes, racistas e coisas mais. Um dia foi procurado por um paroquiano que lhe disse: “Padre, um casal de argentinos vem visitar-me e passar uns dias comigo. São muito católicos. Vim aqui pedir ao senhor que, pelo menos desta vez, não fale mal deles”. O padre prometeu que não tocaria no nome argentino. De fato, no domingo o amigo do padre e os argentinos estavam na missa. O Evangelho do domingo era sobre a Última Ceia de Jesus. Lido o Evangelho, o padre começou o sermã “Assim disse Jesus, um de vocês vai me trair”. Pedro perguntou: “Por acaso sou eu, Senhor?”. Respondeu Jesus: “Não, Pedro, não será você”. A mesma pergunta foi feita a todos os apóstolos. A resposta era a mesma. Quando chegou em Judas, ouvida a pergunta de Jesus, Judas respondeu: “Por acaso soy yo, Señor?”.

José Simão num comentário na Folha de S.Paul “A Seleção Brasileira é excelente. Não tem vícios, não fuma, não bebe, não joga”.

A joelhada do brutamonte colombiano Zúñiga em Neymar, pelas costas, foi criminosa. Quebrou-lhe uma vértebra. O que mais espantou foi que o agressor nem cartão amarelo levou. Nosso prejuízo foi enorme. Não seríamos campeões, mas os resultados seriam bem melhores.

É de espantar como a moçada de nossa Seleção chorava. Antes do jogo quando, abraçados, cantavam o Hino Nacional. Durante o jogo quando perdiam gols certos, depois do jogo. Chamaram uma psicóloga, às pressas. Seria melhor que alguém procurasse o Felipão para dizer a ele que o problema não era emocional, era técnico e tático.

Desde 1938 (eu tinha apenas 15 anos) assisti a todos os jogos de nossa Seleção. Da primeira tenho na memória toda a escalação de nosso time, inclusive do treinador Ademar Pimenta até do locutor Gagliano Neto. As melhores: a de 58, de 70 e 82. Não havia jogadores “importados”. Todos jogavam aqui no Brasil. Eram conhecidos por todos nós, não eram mercenários. A última seleção foi a pior. Eu só conhecia o Fred e o goleiro (cria do Flamengo). Aqueles cabeludinhos eram desconhecidos para mim. A culpa é minha. É o preço que pago pelos meus noventa e dois anos...

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