ARTICULISTAS

Como acabar com a corrupção

Ao acordar para o fato de que estava sendo atacado

Mário Salvador
mariosalvador@terra.com.br
Publicado em 16/07/2013 às 19:15Atualizado em 17/12/2022 às 09:34
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Ao acordar para o fato de que estava sendo atacado pela praga da laboriosa formiga saúva, nos campos, montanhas e em todo pedacinho de chão, nosso país adotou o slogan: “Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil!” Assim o país venceu a batalha, conforme escrevemos há algum tempo.

Às voltas com a necessidade de extinguir a corrupção, parodiamos: “Ou o Brasil acaba com a corrupção, ou a corrupção acaba com o Brasil!” Essa praga desvia para bolsos oportunistas valores que se destinariam à educação, segurança, saúde, rodovias e outros setores significativos da vida do brasileiro.

A populosa China é exemplo no combate à corrupção. O ex-ministro chinês Liu Zhijun, acusado de embolsar o equivalente a R$ 21,3 milhões de empresas em troca de contratos, chorou ao ouvir do Tribunal de Pequim a condenação à pena de morte por suborno e abuso de poder. A sentença, que será convertida em prisão perpétua, prevê ainda confisco de todos os bens e cassação irreversível de direitos políticos.

A atitude do presidente Xi Jinping contra Liu, que era o mais alto membro do Partido Comunista chinês, faz parte de uma cruzada contra a corrupção e, provocando medo, colocou de molho os corruptos chineses. Para o corruptor, a perda dos bens e da liberdade é o mesmo que a morte. E o Ministério das Ferrovias que Liu ocupava e que agora foi extinto transformou-se em departamento subordinado ao Ministério dos Transportes.

Esse caso abarca pelo menos dois bons exemplos a seguirmos: extinção de Ministérios e punição rigorosa a servidores corruptos (com prisão, perda de cargo e bens).

Sobejam exemplos para mostrar que a Justiça brasileira é suave para corruptor e corrupto. Dos milhões da Previdência desviados pela servidora Georgina, condenada à prisão, pouco se recuperou. Quando em liberdade, disporá dos valores ocultados à Justiça. E Juiz Lalau, que também desviou valores astronômicos duma construção da Justiça do Trabalho em São Paulo, deveria ser obrigado a repassar à União, no mínimo, a casa onde cumpriu pena de prisão domiciliar. Da conta em paraíso fiscal recuperaram-se dez milhões, uma gotícula do que embolsou.

Somente quando o governo brasileiro, em todas as esferas, tiver pulso e vontade política de imitar o governo chinês no combate à corrupção, ela começará a ser banida do país. A saúva foi-se. A corrupção também pode ter um fim.

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