Num momento chamado de “novo ano”, sempre surgem disposições renovadas para a pessoa encarar novas oportunidades na construção de ambientes que favoreçam vida melhor. Os brasileiros têm um compromisso com seu país, mas que passa por decisões que comprovem atos de responsabilidade. Há muita coisa a ser feita na vasta diversidade de áreas da cultura moderna brasileira.
O Brasil é um país rico de história. Uma riqueza de atos positivos e de outros negativos. Tem um território privilegiado de oportunidades, bem usado por uns e mal usado por oportunistas e aproveitadores. Mas é uma Nação capaz de superar deficiências e desafios. Supõe seriedade de seu povo, tanto de governos como de governados, porque as responsabilidades são de todas as pessoas.
Aparecem crises e mais crises no cenário nacional. Reina uma onda de corrupção em todos os setores da vida pública. Políticos renomados carcomidos pela prática da desonestidade, desabonando sua continuidade no poder. Mas tudo depende da reação popular, que não conseguiu ainda entender a força que tem nas mãos. Os eleitores continuam se vendendo por poucos frágeis denários.
Refletir sobre o tema do compromisso é tocar na identidade das pessoas. A existência humana é vocacionada para administrar a obra da criação, mas é preciso ouvir a voz de Deus, que chama os indivíduos para a missão. Assim aconteceu com os grandes homens do passado, com patriarcas, profetas e apóstolos. A convocação continua em novos tempos, mas deve ser ouvida e assumida.
Numa sociedade sem limites, mesmo sabendo que tudo é permitido, nem tudo faz bem. A libertinagem é prejudicial e imoral, porque alguém sofre as consequências. É o caso dos atos injustos praticados contra o povo, os desvios públicos, as gestões desonestas, as infidelidades sem compromisso. No que realizamos, estamos ajudando o país a ser uma Nação de respeito e de honestidade?
Continua o tempo da esperança. Apesar da desconfiança na justiça, sempre há uma luz no fundo do poço, mesmo que ele seja muito fundo. Deus é grande e próximo de seu povo. Ele pode tocar no coração das pessoas e motivá-las para reconstruir o país, porque nem tudo está perdido. Ele pode fazer surgir líderes “salvadores da pátria”, governos legítimos e apoiados na justiça humana e divina.
(*) Arcebispo de Uberaba