Há coisas que mexem com a gente, bastando estarmos com a sensibilidade e a observação (radares psicológicos) ligadas para fazermos de um detalhe o início de inesquecíveis experiências.
Comecei o meu dia impactado pela notícia: dono de um estabelecimento comercial perde a vida numa colisão frontal com seu veículo. Tenho um dileto amigo de longa data que desenvolve a mesma atividade da vítima e, ao passar em frente ao seu local de trabalho, eu o vi fechado, com um aviso feito à mão, cujo texto não consegui ler à distância. Meu Deus! Pensei. Terá sido o meu amigo Fernando (nome fictício)? Voltei depois e meu amigo estava lá, firme e forte. Todavia, juntos lamentamos a perda do seu colega de atividades.
Na sequência, fui à casa de outro amigo, que mora próximo, para visitá-lo. Eis que, depois de acionar o interfone por algumas vezes, tudo ficou silente e vi na fechadura do portão, por dentro, várias chaves. Fiquei ali até que um membro da família chegasse e tudo se resolveu. Nos dias atuais, uma cena dessas é um prato cheio para os marginais. Fui escalado para estar ali?
No mesmo dia, eu havia me despertado e logo veio à minha recordação um outro grande amigo, já falecido. Recordei-lhe várias vezes. No período da tarde, ouço palmas no portão e vou atender. Para minha surpresa, era o filho do meu prezado amigo dos tempos infantis. Naquele dia, completavam seis anos da partida do seu inesquecível pai e herói. Só não choramos juntos, mas que o clima estava propício, isso sim...
Pergunto-me, muitas vezes: por que sou escalado para viver certas experiências como essas aqui narradas e que podem ocorrer com qualquer pessoa? A resposta é simples: não somos nós que escolhemos as missões para cumpri-las. Elas, sim, é que nos escolhem.
E mais: coincidência é o nome equivocado que damos ao resultado da conspiração silenciosa das sábias Leis Universais. Ao saber do mecanismo desse contexto providencial, absolutamente justo e intocável pelo ser humano, não acredito em coincidência.
Confio, sim, na Providência.
