Nomes de animais aparecem em expressões que usamos
Nomes de animais aparecem em expressões que usamos em conversas do dia a dia. Em geral essas expressões de sentido conotativo se valem de alguma característica do animal e vêm enriquecer nossa linguagem.
As lágrimas de crocodilo, por exemplo, indicam um choro fingido. A ingestão de um alimento pelo crocodilo, como uma presa, por exemplo, provoca forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas salivares. Assim derramam-se lágrimas dos olhos dele, enquanto devora a vítima, mas não que ele esteja triste. Por isso a expressão lágrimas de crocodilo significa fingimento.
Quem se sente bem, mesmo ingerindo comida pesada, indigesta, tem estômago de avestruz. O poderoso suco gástrico do avestruz derrete até metais. Por isso essa ave pode engolir o que encontra pela frente. Nada lhe faz mal. Com um estômago de avestruz, a digestão será sempre tranquila.
A expressão dormir com as galinhas não significa ir para o galinheiro, levando cobertor e travesseiro e disputando espaço com as galinhas; significa dormir cedo, pois as galinhas procuram abrigo no galinheiro logo que começa a anoitecer. O povo antigo sabia muito bem disso, pois, em cada quintal era possível encontrar um galinheiro. Hoje são raros os quintais nas residências e, mais ainda, os galinheiros.
Abraço de tamanduá é o abraço falso, fingido. Ao perceber a aproximação do inimigo, o tamanduá o engana: deita-se de barriga para cima e abre os braços. Como fica parecendo morto, o inimigo não teme se aproximar. Então é surpreendido com um abraço forte e esmagador. Assim, abraço de tamanduá ficou sendo sinônimo de deslealdade ou traição.
Já canto do cisne se refere ao último discurso, últimas palavras, última manifestação artística de alguém. Platão contou, narrando o último discurso de Sócrates, que os cisnes emitem um lindo canto quando estão para morrer. Os ornitólogos não são coniventes com essa ideia, mas, graças a esse episódio, surgiu a expressão canto do cisne, referindo-se às últimas obras terrenas de alguém.
Finalmente, como o elefante se lembra de tudo o que aprende, suas peripécias tornaram-se uma das atrações nos circos. E a expressão memória de elefante se refere a uma memória privilegiada.
Animais estarão sempre entre nós. Se não temos um de estimação, pelo menos não nos esquecemos deles em nossas conversas corriqueiras.