Cada um de nós tem, ao ler os jornais, uma página ou um assunto preferido, algo que nos agrada mais...
Cada um de nós tem, ao ler os jornais, uma página ou um assunto preferido, algo que nos agrada mais. Alguns preferem assuntos políticos, outros, futebol; outros, literatura; outros, economia, e assim por diante.
Tenho, para não fugir da regra, temas que mais me agradam. Um deles é a criança. Ela fala sempre a verdade e como vê a realidade. Tem seu ângulo próprio ainda não envenenado pelo adulto.
Há poucos dias, revendo velhos papéis, encontrei uma amarelada folha de jornal com uma estória comovente. Não era citado o nome do autor. É a razão das aspas.
"Num frio dia de dezembro, um garoto de cerca de 10 anos, descalço, estava em pé em frente de uma loja de sapatos, olhando a vitrine e tremendo de frio.
Uma senhora aproximou-se do garoto e disse: 'Por que você está tão triste olhando esta vitrine?'.
'Eu estava pedindo a Deus para me dar um par de sapatos', respondeu, com os olhos cheios de lágrimas.
A senhora tomou-o pela mão, entrou na loja e pediu ao atendente para dar meia dúzia de meias para o menino. Pediu também, se fosse possível, conseguir-lhe uma bacia com água quente e uma toalha. O balconista atendeu-a prontamente e ela levou o garoto para parte no fundo da loja e, tirando as luvas, se ajoelhou e lavou aqueles pequenos pés e enxugou-os com a toalha. Nesse tempo, o balconista havia trazido as meias. A senhora calçou-as nos pés do garoto. Comprou-lhe também um par de sapatos. Embrulhou as outras meias e lhe entregou. Deu um tapinha carinhoso em sua cabeça e disse: 'Você está feliz agora?'.
Dizendo isto, aquela senhora virou-lhe as costas para sair. Foi então que o garoto segurou-lhe a mão, olhou para seu rosto, com lágrimas nos olhos e perguntou: 'A senhora é a mulher de Deus?'."
Padre Prata