Outro dia um destes entusiasmados jovens me interpelou: JG, por que você usa suas crônicas, fala (...escreve) dúvidas nesta luta que estamos vivendo com São Paulo no assunto do gás? Bem, devo algumas linhas de esclarecimento. Em primeiro lugar, é claro e sou solidári o gás tem que chegar a Uberaba. Aliás, também em primeiro lugar, por causa da nossa maior indústria, o tema da Fosfertil e sequências ali na beira do rio Grande. Se o gás for realmente resolvido, não me importo se vier de Belo Horizonte, de São Paulo, Mato Grosso ou Mangaratiba: o importante é que ele chegue aqui. O resto não importa, as discussões de onde e como tem muito baixa serventia. No momento, aliás, já demonstram unicamente o interesse político dos nossos governantes locais, desde candidatos interessados unicamente no seu futuro e eleições até os eleitos que querem mostrar serviço e sobrevivência. Tudo certo, todos estão certos. Pessoalmente considero os outdoors dependurados em nossas ruas e recantos uma aposta desnecessária e perigosa. Apostar fechados em Belo Horizonte é um risco que o passado já me mostrou, naquela luta pela nossa emancipação para o Estado do Triângulo. Estava tudo acertado, câmara e deputados. Na véspera da votação dom Newton Cardoso, governador de péssima memória, simplesmente comprou com dinheiro e política os votos que nos derrotaram, perguntem ao Hugo, ao Guido, à esplêndida turma de Uberlândia. Agora vem o gás, a propaganda ainda precoce e incerta pretende apenas promover nomes repetitivos ou pretensiosos de um lugar ao sol da política. O gás... ora, o gás é o momento, que pode ser volátil como a sua substância. Como outros, um negócio eleitoral de momento, coisa de outros problemas, as casas populares, a saúde pública, o ensino, o trânsito... os salários... as aposentadorias, e manda etc. nisto tudo. Se o gás não vier beneficiar os políticos que com ele estão casados, não faz mal. Alguns simplesmente dirã fiz o que pude, não deu, meu povo da querida Uberaba... mas vote em mim. Em minhas opiniões satíricas e de gozação pensaria que os outdoors políticos devem ser pintados sobre material duplex, que em caso de fracasso possa ser ou apagado, ou pintado por cima. Afinal, e dou razão, o bom político não erra, apenas muda de lado ou de opinião. Também, neste negócio é preciso ter coragem... e gás, certo?