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Das artes femininas

Desculpem-me os amigos leitores, mas a nossa situação empurra minha caneta a falar da política e costumes do Brasil. Infelizmente não há nada de novo. Desde aquele tiro que Caramuru deu

João Gilberto Rodrigues da Cunha
Publicado em 22/07/2009 às 20:19Atualizado em 17/12/2022 às 05:09
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Desculpem-me os amigos leitores, mas a nossa situação empurra minha caneta a falar da política e costumes do Brasil. Infelizmente não há nada de novo. Desde aquele tiro que Caramuru deu no Gavião Carcará e resultou naquela avalanche de mulheres que lhe deram de presente – tudo segue igual. No meio do caminho de lá pra cá veio a corte de dom João, cujo filho, Pedro Primeiro, nos deu a independência, e também a Marquesa de Santos e o mulheril da época que foram prêmios e estimulo à política do poder. Uma característica curiosa na civilização do Brasil: o poder oculto da mulher no comportamento dos nossos líderes masculinos. Desde o vereador inicial até o Governador ou Presidente: todos participam e se acompanham de mulheres em quantidade, lindas se possível. A oferta mais simples e usada para corromper empresários e políticos é aquela onde as moças aparecem de maxissorrisos e minissaias, generosas e desinibidas. Não preciso rebuscar consequências, elas estão diariamente na mídia. Todo santo dia tem notícia de resultados e escândalos onde a mocinha denuncia paternidade e requer indenização gorda, ou cargos e salários sem fazer nada... Isto quando a situação ainda é modesta, porque quando o chumbo é grosso acontecem separações de marido e mulher, e como prosseguimento o descuido e decadência financeira, as dívidas protestadas, a mocinha leva grana grossa e o palerma leva apenas chumbo grosso. Fim de linha e fim de carreira, porque a roda da alegria não mais aceita o triste final deste baile da alegria – já tem novos e felizes protagonistas, a história irá se repetir. Atualmente e democraticamente, esta herança portuguesa é mais séria e contagiosa que a tal gripe suína. Não se limita aos políticos, aos empresários e riquezas. Está nas canchas esportivas, nos clubes de sociedade e de serviços, na televisão, no café society das páginas de caderno 2. Aparecer virou moeda de sucesso e, infelizmente, muita gente esquece que moeda é coisa de duas caras. Olha, o Antonio Ronaldo me contou de um fazendeiro – patrão de Cuiabá que estava sentindo e gostando do namoro conseguido com a mulher do seu vaqueiro, um mestiço parrudo que sempre carregava um garruchão na guaiaca, e que estava inocente e desconocente do seu namoro. Um dia, chegando à fazenda, o mestiço chamou – para um “particular” ali no curral do fundo. O chefe tem que ir suando frio e de pernas bambas, na certa o tal Jeremias tinha descoberto tudo e etc. Foi quando lá, atrás da cachoeira, o Jeremias falou que tinha um segredo – e o patrão gemeu na escuta. No simples o grandão só acrescentou: “Olha, patrão, nóis temo que tomá cuidado! Desconfio que a Maria tá traindo nóis com o Tião Carrero!...”. É, todo mundo passa apuro na vida...

(*) médico e pecuarista

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