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De futebol

Temos sobrevivido aos jogos do Brasil na Copa do Mundo

Gilberto Caixeta
gilcaixeta@terra.com.br
Publicado em 01/07/2014 às 19:55Atualizado em 19/12/2022 às 07:04
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Temos sobrevivido aos jogos do Brasil na Copa do Mundo, mas, temos também, sofrido  com os placares apertados e o salto alto, agora trincado, a incomodar. Foi dramática, até o momento, aquela partida de futebol entre o Brasil e o Chile. Ninguém havia abstraído que em Copa Mundial os fregueses de carteirinha assumem voo próprio e tornam-se altivos. Por isso, os conceitos de zebra, azarões, chave da morte... tornam-se conceitos mais descortês do que reais. O Chile, por pouco, não nos mandou de volta para casa. Ganhamos no choro e pelo talento do goleiro, embora ele defendesse os chutes a gol e os nossos erravam. Haja sofrimento. Agora, que venham os outros, começando pela Colômbia. A emoção de uma partida de futebol tem abraçado a todos nós. Estamos nas ruas com bandeiras, sem bandeiras reivindicatórias. As manifestações sociais contrárias à Copa do Mundo cumpriram a função histórica, até serem detonadas pelo vandalismo, que pouco soma, para não dizer que nada acrescenta ao processo democrático reivindicatório. O vandalismo afugentou aqueles que buscam na representatividade direta a sua participação. Vários apostaram que haveria confronto social durante os jogos da Copa. Houve ensaios, arrefecidos pela inerência social. O início dos jogos afugentou a vergonha e, aos poucos, o brasileiro foi se envolvendo até se ver, todos, entregue às suas emoções compartilhadas, sem ter vergonha de ser sede do Mundial. Soube diferenciar o espetáculo dos seus descontentamentos políticos. É um espetáculo ver pela televisão e deve de ser maravilhoso estar na multidão sentindo e ouvindo o rufar das emoções. O certo é que em dia de jogo não tem quem não fique apreensivo para que a hora marcada do jogo chegue e, assim nos posicionarmos à frente da televisão, com um olho na cerveja e o outro na telinha e o coração na boca. Toda essa movimentação envolve amigos e familiares no revezamento de onde assistir ao espetáculo. Copa do Mundo mexe com todos nós. Temos de aguentar o ufanismo e o excesso publicitário a nos encharcar de imagens e sons. E quando requeremos outro programa, seja na TV aberta ou fechada, não se encontra. Portanto, aguente firme porque temos mais jogos do Brasil. Tomara que a nossa seleção chegue até a final, serão dias de curtição. Mesmo que haja uma superlotação da mesmice. Mas quando começa o jogo e aquele povo bonito, que está nos estádios, nos é apresentado, nos sentimos bem representados. É um povo diferente dos jogos normais do campeonato brasileiro. Parece-me que se vestem para saírem no telão. Tudo isso compõe a cultura das disputas dos campeonatos internacionais de futebol e desperta nossa atenção. No entanto, ganhando ou perdendo, agosto chegará com as ventanias varrendo a nossa ressaca. 

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