Bem que o título poderia ter sido outro, se não fosse o desmazelo da empresa. Quando me relataram esse fato fiquei boquiaberto, incrédulo que uma prestadora de serviço aéreo pudesse cometer o deslize de deixar um cliente seu em sua conexão. A viagem desse cliente se iniciara com um bom dia no balcão da Trip, às 07h30, com destino a Montes Claros e conexões. Era uma manhã de Semana Santa, uma quarta-feira. Dia claro, o céu azul, a temperatura amena e o longo trajeto a ser percorrido não o desanimava.
O voo 5601 decolou na hora certa, aterrissou em Uberlândia, pra decolar em seguida no voo 5599 para Belo Horizonte. Antes de decolar de Uberlândia, havia um relativo atraso, o cliente TRIP perguntou aos responsáveis se a conexão para Montes Claros estava garantida. Recebeu como resposta que a aviação era responsável pelos seus clientes e que a conexão para Montes Claros era em voo da TRIP. Não havia como uma conexão TRIP deixar um passageiro TRIP.
Ele se envergonhou com a resposta, não tinha pensado naquela lógica. Era óbvio e, por outro lado, estava duvidando de empresa responsável. Que a liberdade de voar era garantida pelos bons serviços prestados. Ao aterrissar em Pampulha, ouviu da comissária que os passageiros com destino a Vitória da Conquista, Governador Valadares e Montes Claros deveriam procurar o pessoal de solo para melhores informações. E lá foi ele. O cliente orientado se dirigiu à sala de embarque. Ao chegar ao local, a aeronave TRIP do voo 5456 estava no pátio, iniciando os procedimentos para taxiar. “Lamento senhor”, disse a atendente, “o embarque está encerrado, procure o Sr. André no balcão da TRIP”. “O avião decolou?” Indagou o desrespeitado cliente. “se estou em conexão do voo da TRIP e a TRIP não espera a sua própria conexão?” “Maiores informações com o gerente da empresa no balcão de embarque”.
Ele foi, então, ao balcão de embarque e obteve a resposta: “Lamento senhor, o seu voo não chegou a tempo”. “Calma lá, disse o indignado cliente fraudado, todo o meu trajeto é pela empresa TRIP. Vocês é que não aguardaram. Seus irresponsáveis, sacanas, defraudadores dos ares. Como vocês liberam um voo sabendo que há conexão?” Impávido, continuou o atendente. “Qual a alternativa que você me da?” Passados alguns minutos, ele retorna com um bilhete escrito a mão, e diz ao desrespeitado cliente que ele poderia embarcar, já. Ao chegar à ante-sala do embarque, foi detido pelo segurança, sob a alegação de que o cartão de embarque era irregular, que não existia emissão de bilhete à mão. O cartão teve que ser trocado, e pelo funcionário da empresa que se utilizou do bilhete do cliente com destino a Montes Claros.
Seu embarque era então para Montes Claros. Ao embarcar descobriu que estava voltando para Uberaba. O piloto era o mesmo quando ele saíra de Uberaba – comandante Salvador – a comissária também – Rochelle.
(*) Professor