Saudações aos amigos torcedores. Saudações aos amigos e cúmplices leitores. Saudações a todos os homens e mulheres de boa vontade...
Saudações aos amigos torcedores. Saudações aos amigos e cúmplices leitores. Saudações a todos os homens e mulheres de boa vontade. Ontem, foi celebrado o aniversário de 61 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Vale lembrar que no Artigo I está escrito que todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Assim, como bem explica o Artigo II, todos têm capacidade para gozar os direitos e as liberdades, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, tal como a escolha do time de coração. Assim, todo torcedor tem direito à liberdade de opinião, de expressão. O que quer dizer que cada um de nós pode receber e transmitir ideias e convicções particulares. Somos livres. O Artigo XX dessa Declaração nos confirma que toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas. Ou seja, cada um pode torcer pelo time – ou os times – que bem entender. E como torcedores livres que somos, temos o direito a nos vangloriar nas vitórias e nos calar em caso de derrotas. Somos livres para zoar com a cara do colega de trabalho, desde que essa zoação tenha limites e respeito pelo torcedor adversário, que não tem culpa de ter escolhido o clube errado para ser o seu time do coração. Somos livres para criticar o jogador que não está bem. Assim como temos o direito de xingar o árbitro – tudo, é claro, na esportiva, sem apelação e violência. É direito do torcedor criticar o dirigente que não administra bem o time. É direito – mas, poderia muito bem ser um dever – ajudar a gerir o seu clube. Se alguma coisa não está legal, além de criticar, o torcedor pode ajudar a buscar melhorias. Todo clube tem direito a uma sede. Um lar. Um lugar para chamar de sua casa. O clube que nunca teve, deve lutar para conquistar. Por outro lado, o clube que já teve e perdeu – como é o caso do Uberaba Sport Club – deve se unir, avaliar, reconhecer e admitir os erros e procurar acertar. Tudo isso, em nome do maior patrimônio do clube, mais valioso até do que a própria sede: o torcedor. Hoje, com a iminente possibilidade de o estádio Boulanger Pucci se tornar apenas uma lembrança descrita no Livro do Tombo e nas fotos de arquivo do clube, o torcedor tem o direito de chorar e reclamar por providências. Aos dirigentes, muitos deles isentos de culpa nesta tragédia em andamento, cabe o dever de tentar de todas as formas possíveis e impossíveis, reconquistarem aquele espaço colorado localizado no alto das Mercês. Vale lembrar a todos estes mesmos dirigentes que o torcedor, como garante a Declaração Universal citada no início deste texto, tem o direito de criticá-los e de exigir explicações sobre o que será ou não feito a partir de agora. A imprensa, apoiada pela liberdade de expressão, tem total direito de buscar e divulgar informações a respeito da situação. E isso não é perseguição, é sim o nosso papel enquanto comunicadores. Enfim, somos todos livres para torcer, chorar e trabalhar e honrar o nome da cidade e do USC. O direito maior, porém, continua sendo o direito de ser feliz e viver em paz, com ou sem estádio.