ARTICULISTAS

Dissimulados e traidores

Talvez não seja traidor, e sim dissimulado

Gilberto Caixeta
gilcaixeta@terra.com.br
Publicado em 30/04/2013 às 20:07Atualizado em 19/12/2022 às 13:20
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Talvez não seja traidor, e sim dissimulado, conivente com o fato propício a si. O outro é um detalhe onde ele se aloja para sugar dissimuladamente aquilo que lhe interessa em nome do bem comum, do progresso, do Estado de Direito. Sempre um discurso na ponta da língua e uma intenção camuflada. O traidor não é um dissimulado, ele convive com um coletivo organizado e o desconsidera por razões várias. A traição pode até ser moral, mas a dissimulação, não. Sempre ao se analisar a reação de um suposto traidor, é preciso ouvir as duas partes. Temos personagens da história universal que ilustram bem essa figura. Temos que ter cautela ao analisar esse comportamento. Diferentemente do dissimulado que, por não ter uma causa, finge pertencimento; não sendo possível um paralelo qualitativo entre os dois. A natureza comportamental deles se difere dentro da espécie humana embora eles existam corriqueiramente nas ruas de nossas vidas. Você já conviveu com um assim? O dissimulado nunca fala realmente o que pensa; o pensar é a ardilosa tarefa de construir em prol de seus interesses. Na intimidade da convivência é capaz de guardar fatos para serem utilizados como arma de ameaça. O dissimulado não tem causa, e sim interesse, diferentemente do traidor, que tem causa e interesse. Mas qual a diferença entre um traidor e um dissimulado? São algumas das atitudes sentimentais existentes. O traidor tem uma relação com alguém ou com uma causa sempre de forma específica, enquanto que o dissimulado tem um disfarce para com todos. Nunca se sabe realmente a sua intenção, porque ele nunca tem uma causa, camufla as suas reais intenções e se infiltra em todos os segmentos, nunca sendo visto na sua real intenção. O dissimulado encobre ou modifica algo não permitindo a sua revelação. O traidor, não. Ele é desleal. Assim constituem as características daqueles que trilham neste caminho. Corre-se o risco de encontrá-los pela frente ou nas entrelinhas da vida. Amanhã é o Dia Internacional do Trabalho. As comemorações estarão em todas as cidades, senão vários estarão à toa, devido ao feriado nacional. Ao longo do processo histórico, encontramos dissimulados e traidores dos trabalhadores, aqueles que são proprietários de sua força de trabalho. As relações no trabalho evoluíram muito, estamos deixando ao largo as relações escravistas, exploratórias, insalubres ou na marginalidade as relações ilegais. O próprio sistema capitalista, responsável pela acumulação primitiva do capital a partir da exploração do trabalho e de outros mecanismos, cuidou do repensar a partir de pensamentos contraditórios ao sistema capitalista. As novas reflexões permitiram o aflorar de pensamentos combativos ao trabalho exploratório que não levam em conta a qualidade de vida e as estruturas humanitárias. É o paradoxo aprimorando as relações de trabalho. Novas legislações surgiram tangenciando o trabalho feminino, combatendo o trabalho infantil e as relações contenciosas. Os tempos são outros. O que permanece é o perfil daqueles que pensam que a dissimulação não é percebida. A traição requer análise.

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