Sou torcedor do Nacional Futebol Clube e Corinthians
Sou torcedor do Nacional Futebol Clube e Corinthians, mas confesso que fui ao Uberabão no dia 06/07/2014 e gostei muito do jogo deste último com o Uberaba Sport Club. Apesar do placar de 4x1 contra o nosso representante, antevejo como boa a sua campanha no campeonato mineiro.
No dia 13/06/2014, escrevi e publiquei: “Hoje é o dia seguinte. E por que o dia seguinte? É que ontem, 12/06/2014, o Brasil iniciou um novo ciclo na sua história. Daqui a 30 dias, se chegarmos à final da Copa vencendo ou não o jogo, rumaremos para o desconhecido.” Sem premonição, vaticinação ou prenunciação, somos forçados a reconhecer que o desconhecido chegou. A prova da sua chegada está na derrota do Brasil para a Alemanha por 7x1, dia 08/07/2014, no Estádio Mineirão.
Agora saberemos das mazelas que envolveram a Copa do Mundo; do rombo em nosso tesouro; dos enriquecimentos ilícitos; das articulações escusas nos bastidores; da conta que vamos pagar por um torneio que foi muito além das nossas posses. Tudo isso nos provoca intensa dor quando o pano de fundo é o massacre da nossa seleção, que agora, se descuidar, caminha para o linchamento. Só espero que a nossa adversária de amanhã, a Holanda, não seja tão tirana como foi a Alemanha.
O comportamento da nação brasileira doravante, que repito ser desconhecido, será regado e agravado pelas próximas eleições questionáveis de 2014. Só isso basta para prevermos alguma convulsão pelo caminho.
Vendo a Seleção Brasileira, pífia, sucumbir-se sob o fogo cruzado de gols que pareciam artilharia bélica disparando balas de canhão no arco brasileiro, vaguei pela casa como se tivesse recebendo a pior notícia de minha vida. Agora entendo quando dizem que, em 1950, pessoas fanáticas quebraram seus rádios a pauladas diante da nossa derrota para o Uruguai por 2 a 0.
“Uma nódoa em nossa história”, “um estigma inapagável”, “um fato inexplicável”, “uma vergonha para sempre” e até: “vamos investigar, porque nesse pau tem mel”, foram algumas expressões que anotei dentre as várias embasadas ou apaixonadas que ouvi.
Valeu a lição, que veio quase tardia. Hoje Uberaba não é sozinha a “Capital Mundial do Zebu”, temos outras que levaram os nossos sêmens, touros e vacas matrizes. Assim foi com o nosso futebol; o mundo aprendeu conosco...
(*) PRESIDENTE DO FÓRUM PERMANENTE DOS ARTICULISTAS DE UBERABA E REGIÃO, MEMBRO DA ACADEMIA DE LETRAS DO TRIÂNGULO MINEIRO