Ando meio desanimado de escrever com seriedade sobre as coisas dos tempos atuais
Ando meio desanimado de escrever com seriedade sobre as coisas dos tempos atuais. Acontece que sou um cronista roceiro e estas “mal traçadas linhas” não pulam além do Paranaíba ou do Rio Grande. A grande e importante imprensa fuma charutos de Havana, fala grosso e é escutada em Brasília, Rio, São Paulo e no Congresso Nacional. Nós, aqui, trocamos figurinhas com Uberlândia, o nosso público desce pelas beiradas regionais – Água Comprida, Conceição das Alagoas, Campo Florido, Iturama, Prata, Ituiutaba, Monte Alegre, Araguari, Cascalho Rico, Patrocínio... e tantas outras cidades gemendo o desconhecimento dos poderosos que só nos visitam de quatro em quatro anos... já sabem porquê.
Mal comparando, apenas os políticos e poderosos frequentam o altar-mor, o incenso e os sermões do alto-clero da política. Nós somos aqueles pobres de porta de igreja, mostrando ferida na perna, babando, gemendo miséria e chapéu na mão... Desculpem-me até os políticos que elegemos e reelegemos, que também ficam nas assembleias de chapéu na mão e pedindo favores para enfrentar o interesse da reeleição... Olhem e confirmem: o Triângulo só teve um governador, Rondon Pacheco, acidente da política não eleitoral e que fez Uberlândia ser e chegar aonde está.
Nós, na dura realidade, somos os pobres mendigos da porta da catedral. O prefeito e a câmara de vereadores são o nosso pão de cada dia, às vezes divertido quando um manda o outro tomar chá de erva-cidreira, ou similar. Vejam a minha opinião mil vezes repetida por aqui. De coisa séria, eu aponto sempre as grandes e maltratadas: saúde e droga. É verdade que elas são nacionais, nem FHC, Lula, Dilma ou Palocci (cruz credo!) querem enfrentar estas aroeiras. Igual empreiteiro de roçada, passam alguma foice no assa-peixe e descascam algum angico mais podre. O pesado e necessário levam na embromação.
Lembram-se do Galdino Lelis e do que contei? Aflito para o pagode e dança gritou pro seus compadres roçando mat Chu, gente, mata só as mães, que as filhas morrem de paixão! Agora, meu companheiro, a situação é igual. Sem querer querendo, em Uberaba tem o caso do terreno do hospital municipal, que ficam discutindo. Entretanto, eu não sei, e pergunto se vocês sabem: qual é a planta e ambição de sua construção? Quantos andares? Capacidade ambulatorial e as urgências; clínicas, doenças e especialidades que ele irá realmente atender; número necessário de profissionais da saúde que serão contratados e sustentados; o projeto de diretorias e credenciais; a competência, a capacidade e até a honestidade deste enorme corpo operacional. Esperança? Temos agora um médico prefeito e perfeit o dr. Paulo Mesquita. Aqui não pode ser igual a roçada do seu Galdino. E chega por hoje, dá pra pensar sem cortarem meu espaço. Mais adiante, veremos.
(*) médico e pecuarista