ARTICULISTAS

Dos impactos às reformas

Da calçada acenou para o táxi que ao parar um pouco à frente

Gilberto Caixeta
gilcaixeta@terra.com.br
Publicado em 03/04/2012 às 19:38Atualizado em 19/12/2022 às 20:26
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Da calçada acenou para o táxi que ao parar um pouco à frente, obrigou o passageiro a correr ao encontro do veículo. Entrou e disse aonde iria. Antes de dar início ao traslado, o motorista do táxi pediu que ele utilizasse do cinto de segurança. A multa é alta, afirmou o motorista. Talvez houvesse preocupação com a segurança na prestação de serviço, mas foi pelo valor da multa que ele foi advertido para não se deslocar sem o cinto de segurança.

Evódio observou que o motorista não se utilizava deste acessório e disse: Mas o senhor não está usando o cinto de segurança! E, ouviu como resposta: - “para a minha segurança, estou dispensado de utilizá-lo”. Não acreditou na resposta. “Isso mesmo que o senhor ouviu”, afirmou o taxista já margeando o mal humor. Evódio de imediato usou o cinto de segurança, mas ficou com aquela questão na cabeça. Ao chegar ao seu destino arriscou na pergunta? “Qual é a segurança ao não utilizar-se do cinto de segurança?” O taxista respondeu que era para evitar assaltos seguidos de enforcamento através do cinto de segurança.

Saiu do carro e entrou no self-service, porque já estava varado de fome. Havia participado de um encontro onde a discussão descambou para a reforma ortográfica, que não era tema central, mas tornou-se, devido à presença de participantes que não admitiam a retirada do “c” que antecede o “t” nas palavras portuguesas em Portugal, como “facto” e, nem do “p” que antecede o “t” nas palavras como “egipto”. No Brasil, elas não mais existem, exceto pacto por razão diversa e não recorrente. Do trema alguns não admitiam a sua retirada das palavras no Brasil, que em Portugal não existe. Havia quem entendia que as escritas ficaram menos estéticas com a queda do trema. Com o fim do p e do c. O  hífen foi unanimidade; a palavra perdeu a alegria e a sua história. Como não falamos com hífen ou com trema pouco mudou, mas eles falam com o c e o p mudo, terão que promover dupla mudanças. 

O debate foi se acalorando até chegarem à conclusão que somos migrantes nesta reforma e que as gerações que estão vindo, em pouco ou em nada, sofrerão com esta questão. Só que somos a transição entre o saber que se esvai e o conhecimento que se estrutura, onde alguns têm a árdua tarefa de ensinar e aprender antes. O mesmo ocorre no mundo da tecnologia. Somos da geração emigrante da informática, nos apresentaram ao mundo digital. Somos egressos da caneta, das agendas escritas, aprendemos a estudar no silêncio das bibliotecas, enquanto essa geração atual estuda ouvindo música, em grupo. São nativos da tecnologia, do mundo digital. Utilizam-se das tecnologias com destreza, como se tivessem aprendido em instituições próprias para isso. Somos da época do fichário e eles do download. Quanto Evódio foi se servir, porém, foi barrado. “Deixe que eu lhe sirva.” Então, não é self-service? Ah, deixa pra lá. “Quero uma colher de arroz, uma de...”

 

(*) Professor

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