É começo de ano..

...e devo cumprir meu compromisso com a chefe Lídia Prata de continuar com estas crônicas e histórias aqui em nosso jornal. Aliás e de passagem, recebo contatos por telefones e cartas de lugar e pessoas que não conheço – o que mostra que vamos longe... e é preciso ter cuidado. Ainda outro dia, recebi um bilhete lá dum fim de mundo que não conheço – felizmente gozando comigo coisas da nossa vida, que vão longe e iguais. Lembrei-me do Xisto Borges, companheiro de meu pai com quem jogava um truco no fim de tarde. O meu coronel ordenou ao Xisto para abrir a porta e ver se lá fora tinha visita ou incômodo. O Xisto era general da preguiça; abriu meia porta, olhou e anunciou: ’tá tudo no seu lugar, patrão! E descartou um valete sem futuro. Bem, não se apressem de contar este caso nos dias deste ano passado. Devo explicar-me para os que me desconhecem: tudo que escrevo tem algum sentido. Amanhece com festa de Reis no ano novo o que nós todos queremos adivinhar: o que vem lá, o que vai ser este ano novo. Tivemos, no ano findo, eleições, todos os barulhos e safadezas demonstradas, escândalos presos e liberados; mandei o Xisto ver as tempestades aqui de baixo. Como no passado e sempre, senti o Xisto falar lá de cima: ’tá tudo no seu lugar, João, ou seja, nada mudou nem vai mudar. Algumas pedras do nosso xadrez vão cair fora, é fundamental para nós todos. De passagem e oportunidade, cito o que li ontem: o nosso Gasoduto foi pro vinagre. Lembrei-me da farra política do ano passado, os outdoors voejando pelas esquinas, discursos heroicos, será a salvação para Uberaba! Votem ni mim! Propus até pelo jornal uma aposta, os interessados mijaram no barranco, fato comum e típico do nosso Brasil político. Tudo vai continuar e se repetir, meus bons leitores. Uma hora incerta, ali adiante, o gás acontecerá – isto é uma fatalidade em futuro. Nós todos estaremos felizes, eu também. O Xisto abrirá de novo a porta: doutor, ’tá tudo nos seus lugares!