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É loucura

O médico e filósofo Pinel – século XVIII

Gilberto Caixeta
gilcaixeta@terra.com.br
Publicado em 29/07/2014 às 20:27Atualizado em 19/12/2022 às 06:41
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O médico e filósofo Pinel – século XVIII – é considerado um dos fundadores da psiquiatria. O tempo histórico não descredencia as suas reflexões. Afirmava que, a loucura, “basicamente uma doença da sensibilidade cujas causas devem ser buscadas nos tormentos da existência, que duas categorias de mania são observáveis: uma crônica ou contínua, outra intermitente com acessos. Somente duas formas devem ser vistas como incuráveis: os inchaços do orgulho e o fanatismo religioso”. Aqui, esse fanatismo religioso se deve ao momento de suas reflexões de cidadão republicano em plena época da Revolução Francesa (1789) e, especialmente, ao período do Terror (1792), quando as cabeças dos opositores à revolução eram decepadas. Pinel, ao lado do idealizador da guilhotina, o médico Guilhotin, observava as execuções. Mas, voltando ao pensamento de Pinel, ele considerava as “causas morais” as origens da loucura e acrescia ao seu diagnóstico o medo, a angústia... Trazendo para os nossos dias atuais podemos observar o adoecimento da sociedade global com os seus fanatismos do esporte a religião; do medo à angustia; da insegurança causada pela violência dos setores organizados e não. Da impotência institucional; da polícia que se vê frente ao fragilizado aparato institucional e da ausência de apoio dos setores formadores da opinião pública. Tudo isso é somatizado à saúde mental. Como o cansaço das guerras entre Israel e Palestina, que contam com o apoio dos Hamas, uma organização criminosa defensora do povo palestino. O Hamas não quer a paz, é financiado por quem vende armas e tem interesses nos conflitos. Penso no adoecimento do povo israelita, árabes – sírios e libaneses – que desconhecem o que é paz. Estes sofrimentos têm causado mortes de todos os lados, e os que sobrevivem tornam-se zumbis de suas esperanças e torturados da ausência de caminho. Essa loucura, que subtrai a razão para que o fanatismo prospere, adentra ao lamaçal de sangue gerado pela Rússia na Ucrânia. Quando não estão a recolher os destroços dos bombardeios estão ao cheiro putrefato dos corpos. Ninguém ficará imune aos atos inconsequentes desses governantes, lamentável quando se tem o apoio de sua nação. Não sou psiquiatra e nem psicólogo, sou professor de História, mas vejo a sociedade adoecida. Às vezes, sou alertado pelas ações doentias de nossa sociedade; os raivosos no trânsito; os desgastes afetivos sofridos pelos vários profissionais à frente de suas atribuições. Ou, o que há de louco à frente das decisões – na concepção hegeliana considerada “um desarranjo do espírito” uma “contradição na razão ainda presente” – por aqueles que deliram em público, é alarmante. Neste ano de Copa – o delírio fez alguns pensarem que seria a Copa das Copas – temos eleições também. Vamos acompanhar os candidatos sem esquecer que os arroubos de vaidade, de orgulho ou o mascaramento podem ser enquadrados nos devaneios sociais. Assim como a utilização dos mortos para justificarem a ação.

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