O que expressa O fim da picada? Expressa coisa absurda
O que expressa “O fim da picada?” Expressa coisa absurda, inconcebível. De quando em vez, lemos no Jornal, criatura procurando o seu animal de estimação, gratificando a quem o encontrar. Até aqui, nada há que condene aquela criatura procurando a sua gatinha de pêlo cinzento, seu cachorro de pêlo preto com manchas brancas próximas ao fucinho—mas, dizer que a seu cachorro atende pelo nome tal, aí é que entra “O fim da picada”. Que absurdo, que besteira!... Um claríssimo denodo de ausência de informação, para não dizer; riqueza de ignorância. No reino animal com exclusão do homem por ser dotado de inteligência, os demais seres viventes são robôs, ouvindo por ouvir, enxergando por enxergar, andando por andar. Nenhum animal atende ao ser chamado pelo nome. Se eventualmente lhe parecer que sim, não será pelo fato de ouvir o seu nome pronunciado e sim, pelo condicionamento a sua entonação de voz, pela frequência (altura), pelo timbre que o acondicionou. Basta mudar todos esses mencionados, entonação, frequência e timbre, que ele não mais atenderá. Experimente em voz baixa sem aquele imperativo costumeiro, toca-lo de onde está e ir se deitar a sombra da mangueira. Se ele entender a sua determinação, é importante duvidar das informações da Etologia, ciência que estuda os comportamentos dos seres vertebrados e invertebrados. Demonstrações com animais que nos estarrecem, nada mais são que adestramentos insistidos anos e anos pelo adestrador. Mesmo assim, nem sempre são “Favas contadas”. Repetem inconscientes porque são desprovidos da inteligência. Em certa ocasião o laboratório do xarope Fimatosam, ofertava um premio em dinheiro ao dono do papagaio que pronunciasse aquela palavra. Uma senhora apareceu na televisão com o seu papagaio verdinho. Dado sinal para o inicio da apresentação, o silêncio que se fez era de causar tédio. Do papagaio, apenas se ouvia repetidas vezes, purrutacos e nada mais. A dona dele insistia até aflita. O silêncio reinava e todos esperavam pela palavra Fimatosam. Todos atentos. Depois de alguns purrutacos, qual surpresa! Desafinadamente pronunciou bem alt Alfredo. A risada foi geral e gostosa. Você que acredita leia os trabalhos realizados em laboratório pelo grande fisiologista Ivan Petrovich Pavlov, sobre “Reflexo Condicionado”, direcionando a sua pesquisa sobre o sistema digestivo animal. Embora parecendo diferente ao assunto em questão, convictamente lhe fará entender esse acreditar estúpido. Grande besteira em manifestar que o seu cachorro atende pelo nome tal. Também, é preciso respeito, não nominar o animal com aqueles das criaturas humanas. Qual mãe gostaria de ouvir a cachorrinha de sua filha, ser chamada pelo nome igual ao seu? Também o seu pai, seu irmão, sua irmã. Na Faculdade, era nosso costume no primeiro dia de aula teórica, dizer a turma o nosso nome e fazer algumas recomendações. Um professor, hoje residente em Brasília, criatura das mais humildes que se possa imaginar, também disse aos alunos que o seu nome era facílimo de memorizar porque muitos colocavam em seu cachorro. Eu me chamo Nestor. Dias depois soubemos que os alunos entendendo o seu objetivo, lhe aplaudiram de pé. Em síntese, acreditar que o animal entende o chamado pelo seu nome, de fato, “É o fim da picada.”
(*) Manoel Marta@hotmail.com.