ARTICULISTAS

Educação e contexto familiar

O pessoal das passeatas continua nas ruas

Padre Prata
thprata@terra.com.br
Publicado em 07/07/2013 às 12:18Atualizado em 19/12/2022 às 12:08
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O pessoal das passeatas continua nas ruas com seus cartazes, suas queixas, suas acusações e sua revolta. Parece que o Brasil acordou. Renascem nossas esperanças. Todos aqueles jovens insistem numa reforma de base. Não se trata de um remendo aqui e outro lá. Todas as áreas precisam de uma varredura urgente. Nossa área política transformou-se num grande apostema vazando podridão por todos os poros. Como não tenho conhecimentos para tramitar com facilidade na área política, gostaria de fazer algumas observações na área dentro da qual trabalhei durante muitos anos.

Tenho lido e ouvido centenas de vezes que o problema básico do Brasil está na         área da Educação. Vem, então, a pergunta angustiante: O que se tem feito? Quais os projetos de renovação elaborados no Ministério da Educação?

Muita coisa pesa no processo educativ a renda familiar, a instabilidade dos relacionamentos dentro do lar, o tipo de moradia, o acesso aos bens culturais, a escolaridade dos pais e outras coisas mais. Pergunto, entã O governo tem consciência disso, está preocupado com isso? Você sabe que não. Nosso presidente e sua corte estão preocupados é em trançar os pauzinhos para garantir sua futura permanência no governo no próximo ano. Nosso “mentor carismático”, aquele que só bebe uísque de 35 anos, que vende suas palestras por 300 mil reais, cuja mãe nasceu analfabeta, sumiu. Nossa assustada presidente já deitou falação. Além de um solene “plebiscito popular” (!), até agora o que falou sobre as urgentes reformas educacionais? Nada, simplesmente nada. Sua preocupação é a sucessão presidencial. Não se pode perder o queijo nem a rapadura. O resto é detalhe sem importância.

Fui professor durante cinquenta anos. Lecionei em classes secundárias, colegiais e universitárias. Passei por escolas públicas e particulares.  Tenho experiência suficiente para sentir o drama dolorido da decadência do Ensino no Brasil. A diferença me assusta.

Para o Conselho Nacional de Secretários da Educação, além da desestruturação da família, é preciso que se leve em conta também a fraca qualificação de um certo número de professores. Esse órgão sugere a aplicação de provas para medir a capacidade dos professores, para impedir que os despreparados deem aulas.

Não estou insinuando que tudo está ruim. Ao lado de excelentes professores, há os totalmente despreparados. Também com o salário de fome que lhes é pago, ninguém vai se preocupar muito em se preparar. Há empregos bem melhores.

Segundo um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento, 50% dos alunos brasileiros que fizeram um exame internacional de leitura não passaram do nível 1 (um), o mais baixo.

Compare o salário de um professor do ensino fundamental com o salário de um deputado. O professor ajuda, sacrifica-se para viver, trabalha, ensina, faz o país melhorar. E um deputado? Não seria melhor trocar os vencimentos? Os professores ficariam mais felizes e nós também. O Brasil melhoraria muito, você não acha?

(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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