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Eleições - 2

Desculpem-me os caros e remanescentes leitores: vou novamente falar de política

João Gilberto Rodrigues da Cunha
Publicado em 22/09/2010 às 20:02Atualizado em 20/12/2022 às 04:13
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Desculpem-me os caros e remanescentes leitores: vou novamente falar de política. Sei que este assunto é chato, igual a casa do pobretão, onde todos gritam e ninguém tem razão. Acontece que a rima seguinte é eleição, que está em fervura final – tenho que também gritar.

Algumas coisas estão consumadas. A Dilma está eleita; o Aécio empurra o Anastasia igual Lula fez com a presidenta. Não se pode apitar falta nem pênalti. Portanto, meus amigos, vou ficar aqui na miudeza, aquelas que denunciei na última crônica: o benefício do democrático processo eleitoral. Lembro aos que não me leram ou desprezaram: escrevi que voto por eleições, se possíveis anuais, não interessam a partidos ou candidatos. Expliquei que muita coisa neste Brasil só acontece por benefício (ou culpa) das eleições. Só na sua promoção e propaganda ficamos sabendo do idealismo e amor à pátria que movimentam nossos políticos – e o benefício que nos resulta de sua atividade.

O nosso Triângulo, por exemplo, está recebendo presença e notícias das mais nobres e poderosas cabeças eleitorais – inclusive a nível presidencial e governamental! Como fizeram coisas, como nos amam e quantos milagres irão operar no seu próximo período eleitoral! É claro que não vão falar do que não cumpriram e estava anteriormente prometido e consagrado. Afinal, o item obrigatório para o político é não ser burro – este nome ou adjetivo é reservado ao povo eleitor.

Olha aí, meus amigos, o que eu escrevi: vão acontecer coisas espetaculares e quase milagrosas no período eleitoral. Dei como exemplo coisa simples, aqui ao alcance da nossa casa. Avisei que dois trevos rodoviários essenciais, um na BR-050 e outro na BR-262, praticamente dentro da cidade e caranguejando há anos, iriam ser agora rápida e audaciosamente concluídos – pessoal e máquinas trabalhando a todo vapor. Não deu outra. Embora eu não seja profeta ou adivinho, as obras estão no final. Aliás, como consequência lógica, mal e porcamente.

Gosto de provar o que escrevo e Deus infelizmente me ajuda. Leiam o Jornal da Manhã desta segunda feira: desastre horroroso acontece ali no trevo 262, onde o coitado do motorista desconhecia que já não era pista simples o que sábado era dupla, bateu de frente e morreram todos... e ponto final.

Aviso do céu: o trevo da 050 está prontinho pra desastre igual ou pior, porque é na estrada de Brasília que tem a vantagem de apagar qualquer desastre. Depressa, meus candidatos, tirem retratos debaixo ou ao lado dos trevos! Na próxima eleição – que pena, só mais quatro anos! – poderão tirar dos parapeitos, marcações e placas. Será tarde para os que morreram... mas não faz falta, defunto não é eleitor! Desculpem-me, senhoras e senhores dos movimentos religiosos, pela crueldade ou raiva nestas linhas. Em algum casebre pobre, alguma vela está acesa por mortos inocentes.

(*) médico e pecuarista

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