ARTICULISTAS

Em 2014, posso fazer a maldade que for

Mariela Guimarães/O Tempo
Publicado em 15/07/2011 às 22:09Atualizado em 19/12/2022 às 23:21
Compartilhar

É difícil para o torcedor ou para o simples admirador do futebol ter que se embriagar ao perceber que a principal estrela do esporte bretão tem sido o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Para quem está acostumado a ver o espetáculo dentro das quatro linhas, assistir de camarote uma cena bem no estilo Dante é para, realmente, pendurar as chuteiras.

Prometer suas malvadezas em entrevista à revista “Piauí”, é ter a certeza de que a frase de um colega de imprensa faz todo sentid o futebol está acabando! A frase do título desta coluna, mais a promessa de não dar credencial, proibir acesso, mudar horário de jogo e taxar a imprensa de “vagabunda” são uma das “malvadezas” do Dr. Ricardo.

No entanto, quando me apaixonei e inevitavelmente passei a amar o futebol ouvia as histórias do meu falecido pai se gabando de ter visto o que ele jurava ser o maior trio de ataque da história: Coutinho, Pelé e Pepe.

Me hipnotizava com os relatos apaixonados sobre aquele dia 21 de dezembro de 1976 em que se viu Sepp Maier, Beckenbauer e Muller digladiar com a respeitável escrete azul celeste de Jairzinho, Dirceu Lopes, Piazza entre outros que sucumbiram à experiência dos alemães, então, base da seleção campeã mundial da época.

Recentemente com Romário voando na Copa de 94, Ronaldo se superando em 2002, um Barcelona baseado na filosofia eternizada pela Laranja Mecânica de Cruyff em 1974. Qual é a balela, acreditar que o futebol ainda pode ser apaixonante ou abaixar a cabeça para o dono do futebol brasileiro?

Não sou apaixonado a ponto de ser cético às novas tendências mercadológicas assumidas pelo futebol. Mas torcedor é sempre torcedor. É difícil para eles, de uma hora para a outra, assumir a identidade de consumidor.

Porém, vai ser na base do “goela abaixo” que nosso presidente da CBF vai nos convencer de que futebol é consumo. E assim como o “Big Brother” de George Orwell na obra 1984 vai impor suas vontades, pelo menos, até 2014.

Só espero que, no momento da compra dos ingressos da Copa do Mundo, meu nome não seja rejeitado por não concordar com o mandatário. Isso se, até lá, eu ainda tiver alguma paixão por esse futebol. Porque amor quando não é correspondido costuma acabar.

Assuntos Relacionados
Compartilhar

Nossos Apps

Redes Sociais

Razão Social

Rio Grande Artes Gráficas Ltda

CNPJ: 17.771.076/0001-83

JM Online© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por