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Esforço, carinho e alegria

No último sábado de outubro, colhi, no meu quintal

Mário Salvador
mariosalvador@terra.com.br
Publicado em 29/10/2013 às 20:29Atualizado em 19/12/2022 às 10:27
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No último sábado de outubro, colhi, no meu quintal, figos bem maduros e saborosos. A romãzeira também está abarrotada de frutas. Depois que a livrei das ramas do pé de maracujá, a árvore, livre e solta, retribuiu a gentileza e ficou carregadinha. E meu pé de limão-galego se foi. Um dó! Mas chegou a produzir frutos em quantidade para abastecer toda a família.

No momento – e o ano todo – colho jabuticabas, uma vez que a jabuticabeira, bem tratada, corresponde ao meu esforço, e, mal acaba uma safra, já mostra flores para a próxima. E como são gostosas as frutinhas! Arrisco-me a dizer que têm sabor de infância, pois lembram o tempinho bom em que eu escolhia a jabuticabeira cujos frutos me deixariam saciado.

Três quilos de gengibre e, calculo, dois de açafrão. Este ano a colheita foi boa. Complicado é reduzir o açafrão a pó. Pergunto a feirantes do ramo sobre como fazê-lo e pesquiso no Google. Estou pronto para uma parceria. E já tenho vidros para conservar o açafrão.

Acompanho o desenvolvimento do pé de pimenta-do-reino, da legítima. Cachos surgem verdes, desenvolvem-se, passam para o vermelho e, finalmente, para o preto. A colheita promete.

Boa parte do alho consumido no Brasil vem da China, o que me inspirou a plantar um canteiro de alhos. As palhas, digamos assim, já apareceram, e logo as cabeças de alho estarão no ponto de serem colhidas. Alho de primeira.

Duas pitangueiras não me deixam na mão. Aprecio-lhes a nobreza. Primeiro vêm as flores. Brancas e com leve perfume. A seguir, os frutos. Verdes, a princípio, logo ficam amarelos e, finalmente, vermelhos. Então já podem ser saboreados.

As parreiras me contemplaram com poucos cachos de uva, pois esqueci e não fiz a poda no tempo certo, que é na lua nova de agosto. Vou anotar direitinho a época da poda para que, ano que vem, eu tenha uvas doces em quantidade.

À noite tomo algum chá: gosto das folhas de um enorme pé de canela. Posso ainda optar por sabugueiro ou alfavaca.

E me encanto com meus abacaxis. De apenas um pé, há anos, tenho hoje quinze vasos com belíssimos abacaxis.

Às vezes me distraio, e as formigas, minhas sócias, se antecipam e colhem algumas das espécies de frutas que cultivo.

Nos vasos, estão as flores: manacá-da-serra, angélica, margarida, camélia, coroa-de-moçambique, orquídea, rosa...

É bom cultivar, colher frutos, apreciar flores. Se eu plantasse ventos, por certo colheria tempestades. Prefiro uma chuvinha mansa caindo em terra tão produtiva... A vida é ist bastam esforço e carinho para que possamos colher alegrias...

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