JUSTIÇA?

Absolvição no caso “Ninho do Urubu” gera revolta e reacende debate sobre impunidade

Publicado em 23/10/2025 às 07:40
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Pais de vítimas do Ninho do Urubu denunciam ‘falha grave da Justiça’ após decisão no Rio (Foto/Arquivo)

A decisão da Justiça do Rio de Janeiro que absolveu todos os réus pelo incêndio no Ninho do Urubu, em 2019, provocou forte reação entre familiares das vítimas. Em carta aberta, a Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio (Afavinu) classificou o resultado como “uma afronta à memória dos meninos e ao sentimento de toda a sociedade”.

O grupo relembra que os dez jovens atletas das categorias de base do Flamengo estavam alojados em contêineres improvisados, sem alvará e com falhas estruturais que impediram a fuga durante o incêndio. “A decisão renova o sentimento de impunidade e enfraquece os mecanismos de proteção à vida”, diz o documento.

A Afavinu anunciou que vai recorrer da sentença e pretende intensificar a cobrança por leis e fiscalizações mais rigorosas em alojamentos de clubes esportivos. “A memória dos nossos filhos não será silenciada. A justiça precisa proteger as vítimas, não os responsáveis por tragédias evitáveis”, afirmam os familiares.

O incêndio ocorrido em fevereiro de 2019 matou dez adolescentes que sonhavam em seguir carreira no futebol. O episódio expôs falhas graves de segurança nas instalações provisórias usadas como dormitórios para os jogadores.

Na decisão, o juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal, afirmou que não foi possível comprovar o nexo entre as condutas individuais dos acusados e o incêndio, nem identificar culpa penal direta. O magistrado concluiu que não havia provas suficientes para condenação.

Apesar da absolvição criminal, o Flamengo ainda responde a ações cíveis e trabalhistas relacionadas à tragédia. Em uma delas, o clube foi condenado a indenizar um ex-segurança que atuou no resgate das vítimas e desenvolveu transtornos psiquiátricos após o episódio.

Para os familiares, a decisão representa mais do que uma derrota judicial — é o reflexo de um sistema que, segundo eles, “falha em proteger os jovens e educar pelo exemplo”.

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