Ancelotti reforça que rendimento, disciplina e compromisso pesarão mais que nome (Foto/Javier Barbancho/Reuters)
A menos de um ano para a Copa do Mundo de 2026, Carlo Ancelotti deixou claro qual será o perfil procurado para compor a Seleção Brasileira — e o recado, inevitavelmente, ecoa sobre Neymar, cuja situação física e participação no Mundial seguem envoltas em dúvida.
Durante participação no Summit CBF Academy 2025, em São Paulo, o treinador afirmou que o talento individual continua fundamental, mas não é mais suficiente para garantir espaço entre os convocados. Segundo Ancelotti, o futebol moderno exige atletas completos, comprometidos e preparados para sustentar rendimento alto durante toda a competição.
“O talento faz diferença, claro, porque nunca vi time vencer sem talento. Mas esse talento precisa estar a serviço da equipe. Quero jogadores que desejem ser os melhores do mundo e que queiram ganhar a Copa. Isso diferencia um grande jogador de um líder”, afirmou.
A fala surge em um momento em que Neymar vive mais um período de incerteza. Desde seu retorno ao Santos, o atacante acumula problemas físicos, incluindo uma possível lesão no menisco do joelho esquerdo — o mesmo operado em 2023 — e ainda não recebeu nenhuma convocação de Ancelotti. A chance de o camisa 10 disputar o Mundial diminui a cada novo contratempo.
Ancelotti, porém, preferiu não personalizar o discurso. Falou sobre evolução tática, preparação mental e o aumento das exigências no futebol atual. Em sua visão, o esporte deixou de permitir que um único talento resolva sozinho, como acontecia em eras passadas.
“O futebol mudou. Pelé, Maradona, Romário… todos decidiram em tempos diferentes. Hoje isso é mais difícil. Agora o talento precisa de estrutura, de organização, de seriedade e profissionalismo. Nosso trabalho é oferecer essa base”, comentou.
O técnico reforçou também que suas escolhas são exclusivamente técnicas e profissionais — e não afetivas ou pessoais. Ele citou situações comuns em que atletas confundem decisões de escalação com questões individuais.
“Um jogador que vai para o banco pensa que é pessoal, mas não é. No dia seguinte nem dá bom dia. As relações são diferentes: posso preferir jantar com um reserva do que com um titular. Mas muitos não entendem isso”, concluiu.
Com apenas mais uma data FIFA antes da convocação final para a Copa, a mensagem de Ancelotti deixa claro: nomes pesados não terão vaga garantida — e o caminho de Neymar até o Mundial segue mais incerto do que nunca.