Em alguns casos Andrés Sanches chegou a reconhecer a irregularidade e ressarciu o clube com juros e correção monetária (Foto/Corinthians)
O Ministério Público de São Paulo intensificou as apurações envolvendo o uso de cartões corporativos do Corinthians. Documentos analisados pelo órgão revelaram despesas classificadas como “incompatíveis” com a função de dirigente de um clube, realizadas na gestão de Andrés Sanchez. O ex-presidente já foi intimado e deverá depor na próxima quinta-feira, em audiência virtual.
Entre os gastos detectados, constam compras em joalheria e refeições em Fernando de Noronha, além de despesas em Tibau do Sul, no Rio Grande do Norte. Neste último caso, Andrés chegou a reconhecer a irregularidade e ressarciu o clube com juros e correção monetária. Apesar disso, segue como investigado pelo MP e também responderá a um processo disciplinar na Comissão de Ética e Disciplina do Corinthians.
ESTELIONATO E FURTO QUALIFICADO
O inquérito, inicialmente restrito às gestões de Andrés (2018-2020) e de Duilio Monteiro Alves (2021-2023), foi ampliado e agora inclui também o atual presidente Augusto Melo. Além da suspeita de apropriação indevida, os promotores avaliam indícios de estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e até associação criminosa.
Em depoimento, Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, levantou a hipótese de envolvimento do clube com o PCC, o que levou o MP a abrir um procedimento paralelo. A gravidade das acusações motivou o pedido de afastamento temporário dos ex-mandatários e do atual presidente de seus cargos nos conselhos do clube, mas a Justiça ainda não decidiu.
PREOCUPAÇÃO
O Corinthians afirma ter cumprido todas as exigências do Ministério Público, entregando documentos sigilosos, embora demonstre preocupação com eventuais vazamentos que possam afetar ainda mais sua imagem. A crise política interna se soma à pressão esportiva, num momento em que torcedores pedem punições severas e até expulsão de dirigentes envolvidos.