A oitava rodada do Brasileirão foi marcada, neste sábado (27), por manifestações contra o racismo. Há uma semana, o brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid e da seleção brasileira, foi alvo de insultos racistas na partida contra o Valencia, pelo Campeonato Espanhol. Na partida entre Flamengo e Cruzeiro, o atacante, revelado nas categorias de base do clube carioca, recebeu diversas homenagens. Entre elas, um mosaico na arquibancada, com os dizeres "Todos com Vini Jr" e a mesma frase estampada nas camisas dos jogadores do Flamengo.
Além disso, antes da partida, torcedores de ambas as equipes se uniram em ato nos arredores do Maracanã. Com uma faixa com os dizeres "Não ao racismo", o grupo saiu pela rua gritando palavras de ordem.
Nas partidas entre Fortaleza x Vasco e Athletico-PR x Grêmio, os jogadores sentaram no gramado após o apito inicial em forma de protesto. O gesto faz parte da campanha de combate ao racismo promovida pela CBF e deve ser repetida em todos os outros jogos da rodada.
As equipes, além do trio de arbitragem, entraram em campo com camisas pretas com a frase "com racismo não tem jogo". O lema antirracista também está presente nas faixas dos capitães, nas moedas utilizadas pelos árbitros, nas bolas e nas placas de publicidade ao redor do campo.
Luta antirracista
A CBF é a primeira entidade do mundo a adotar em seu Regulamento Geral de Competições a possibilidade de punição esportiva em casos de racismo. "Essa é a mensagem potente que queremos passar para toda a sociedade. Com racismo, não tem jogo. Contamos com o apoio de cada torcedor. Racismo é um crime brutal e deve ser banido dos estádios. Basta de preconceito", afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
Principal jogador brasileiro em evidência na Europa, Vini Jr. voltou a ser vítima de racismo no encontro do Real Madrid com o Valencia, no domingo passado, em jogo do Campeonato Espanhol. Pelos atos racistas de parte de seus torcedores, o adversário do time merengue teve parte de suas arquibancadas interditadas pela Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) por três partidas e recebeu multa de 45 mil euros.
O fato ganhou repercussão mundial, com várias personalidades do esporte manifestando solidariedade ao atleta, como o piloto de Fórmula 1 Lewis Hamilton, os jogadores Neymar e Mbappé, do Paris Saint-Germain, Pep Guardiola, técnico do Manchester City, e, ainda, Carlo Ancelotti, treinador do próprio Real Madrid. O episódio também foi repudiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o governo gederal pedindo explicações à embaixada da Espanha no Brasil sobre o caso.
Fonte: O Tempo Sports