Técnico Luiz Felipe Scolari foi demitido do Galo nesta quarta-feira (20), após nove meses de trabalho e às vésperas da final do Campeonato Mineiro e da estreia na Copa Libertadores
O último campeão do mundo com a seleção brasileira, em 2002, viu nos gestos e aplausos recebidos o reconhecimento da sua agora ex-equipe de trabalho (Foto/Divulgação/O Tempo)
Terminou nesta quarta-feira (20), a passagem do técnico Luiz Felipe Scolari no comando do Atlético. A decisão de demiti-lo foi tomada após reunião entre as cinco lideranças do clube, na terça-feira passada. Três membros votaram pela saída de Felipão, enquanto os outros dois optaram pela continuidade. A decisão da maioria foi acatada e o desligamento sacramentado, às vésperas da decisão do Campeonato Mineiro contra o Cruzeiro e da estreia na Copa Libertadores.
Nesta quarta-feira, o Galo se reapresentou na Cidade do Galo, após dois dias de folga, e Felipão também esteve no CT alvinegro. Se boa parte da torcida atleticana demonstrou estar insatisfeita com os nove meses de trabalho do treinador, os profissionais que trabalham no clube sinalizaram o contrário. Felipão foi aplaudido de pé por jogadores e funcionários em sua despedida do clube.
Cumprimentou um por um e deixou uma mensagem individual. Fosse por um gesto de força mental para os jogadores mais novos ou ouvir de Hulk os elogios e a gratidão de ter estado ao seu lado em mais um trabalho (estiveram na Copa do Mundo de 2014).
A ‘família Scolari’, referência que se tornou a definição dos grupos dirigidos pelo treinador, também está na história dele nesta passagem pelo Atlético. O “gerir pessoas” de Felipão é bem anterior à expressão virar moda como perfil determinante de quem comanda. Ele sempre foi gestor de pessoas.
O último campeão do mundo com a seleção brasileira, em 2002, viu nos gestos e aplausos recebidos o reconhecimento da sua agora ex-equipe de trabalho. Jogadores estão acostumados a chegadas e partidas. Contudo, a despedida de Felipão nesta quarta-feira mostrou um outro lado, foi diferente.
“Fiquei, como sempre, emocionado e grato. Minha preocupação sempre será com as pessoas e isso nunca vai mudar”, destacou Felipão.
Nas fotos publicadas pelo clube, ontem, na Cidade do Galo, foi possível observar todo o grupo de jogadores, comissão técnica permanente e funcionários do clube reunidos com Felipão. Sinalização de que, apesar dos apupos das arquibancadas, o treinador, conforme apurado, sempre gozou de boa convivência e do bom relacionamento no dia a dia de trabalho no CT alvinegro.
Histórico
Contratado em junho do ano passado, quando estava ‘aposentado’ da carreira de treinador e ocupava o cargo de diretor técnico do Athletico-PR, Felipão comandou o Galo em 41 partidas. Foram 19 vitórias, dez empates e 12 derrotas. Nesse período, o time marcou 56 gols e sofreu 34.
Neste ano, pelo Atlético, completaria a décima disputa de Copa Libertadores. Dessas, chegou a quatro finais, sendo campeão em duas. Em 1995, faturou o título com o Grêmio. Em 1999, levantou o troféu pelo Palmeiras. Junto com Felipão, Carlos Pracidelli, seu auxiliar, também deixa o Atlético.
Segue a história, segue o futebol, mas o que cada um vivenciou nestes nove meses de Atlético, no comando de Scolari, cada um guarda para si.
Fonte: O Tempo