Cartões amarelos preocupam técnico da seleção

Calma, muita calma. Este é o recado dado pelo técnico Dunga aos seus comandados, para o clássico de sábado, às 21h30, diante da arquirrival Argentina. O motivo de tanto alerta dá-se, principalmente, pela situação de nove jogadores da equipe. Destes, sete estão pendurados com dois cartões amarelos e, se forem advertidos contra os “hermanos”, desfalcam o Brasil na partida – que a depender dos resultados poderá selar definitivamente a classificação à Copa 2010 –, contra o Chile, dia 9, no estádio de Pituaçu.   Júlio César, Juan, Lúcio, Felipe Melo, Ramires, Kaká e Luís Fabiano são os atletas em questão. Além deles, Elano e Daniel Alves, reservas que são bastante utilizados pelo treinador, também estão de sobreaviso.   “Temos que pensar com cuidado essa questão do cartão”, explicou Dunga. “Mesmo um jogador de ataque, que sofre muitas faltas, pode acabar se irritando e tomar o amarelo”, completou o capitão do Tetra. No entanto, controlar os ânimos dos atletas não será nada fácil. Afinal, a “catimba” argentina só faz aumentar o perigo. Quarta-feira, como já de costume durante toda semana, novas provocações. Desta vez, o pivô foi o ídolo Lionel Messi. Ele reconheceu que o Brasil será um adversário difícil, mas confia em uma vitória "tranquila" da seleção de seu país.   É neste ambiente, um tanto quanto “hóstil”, que jovens promessas como o goleiro Victor (Grêmio) e os volantes Lucas (Liverpool) e Sandro (Internacional) querem aproveitar as últimas chances para mostrar a Dunga que têm condições de fazer parte do grupo na África do Sul, ano que vem.   “Estar aqui já é muito bom, mas quero um pouco mais. Vou trabalhar esses dias para tentar entrar alguns minutos nessas partidas. Se a oportunidade vier de alguém suspenso, não irei reclamar nem um pouco”, sorridente, disse, o volante Sandro, convocado pela primeira vez para a seleção principal.   Por fim, o baiano Daniel Alves ressalta a importância de não se deixar intimidar pelo risco de uma futura suspensão. “Estou pendurado. Mas não entro em campo pensando em não levar cartão, senão não jogo normalmente”, analisou o lateral revelado no Bahia e, hoje, no espanhol Barcelona.   Treino. Adriano, Robinho e Luís Fabiano. O trio de atacantes foi a grande novidade do treino da seleção brasileira, o segundo na Granja Comary, em Teresópolis, visando o clássico. O treinador não pôde contar com Luisão, Ramires, Elano e Daniel Alves, que se apresentaram apenas na noite de terça-feira, um dia após os demais. Com isso, quatro atletas da Seleção Sub-17 completaram o elenco, para um treino tático com as dimensões do campo reduzidas, na quarta-feira.   Neste treino, na primeira metade da atividade, os três atacantes atuaram juntos e deram bastante movimentação ao setor ofensivo. Na segunda, Adriano passou para o time reserva e foi substituído por Júlio Baptista. O zagueiro Juan, que ainda não se encontra 100% fisicamente, depois da lesão que o tirou da Copa das Confederações, treinou entre os reservas. Sem Luisão, o substituto imediato, Dunga escalou Miranda ao lado do capitão Lúcio, que sentiu uma pancada no tornozelo e deixou o campo antes dos outros jogadores.   A seleção fez o último treino em solo brasileiro ontem à tarde. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, confirmou que a partida contra a Venezuela, no dia 14 de outubro, pela última rodada das Eliminatórias, será em Campo Grande (MS).   Mistério. Na Argentina, o técnico Maradona mantém o mistério. O motivo é simples, além de ter vários jogadores com problemas físicos na equipe, ele não quer dar dicas aos brasileiros. “Se digo hoje que vou jogar com três atacantes e Dunga me ouve, estou abrindo o jogo e não será surpresa", disse Dieguito. Em mais um treino da equipe, o veterano Palermo – que retorna à Albiceleste após dez anos–, atuou ao lado de Lionel Messi, no ataque. Depois, o habilidoso Aguero herdou a vaga. O ex-corintiano Tevez corre por fora.