É possível afirmar que a Olimpíada de Paris-2024 seria bem diferente para o Brasil se não fossem as mulheres (Foto/Alexandre Loureiro/COB)
As brasileiras são responsáveis diretas por nove das 13 medalhas conquistadas pelo País na capital francesa, contra três alcançadas por competidores homens. Nesta terça-feira, elas garantiram mais um pódio após a seleção brasileira feminina de futebol bater a Espanha e avançar à disputa pelo ouro - o time masculino sequer se classificou para jogar a Olimpíada.
A principal estrela brasileira em Paris foi Rebeca Andrade. Em sua terceira participação em Jogos Olímpicos, a ginasta de 25 anos conquistou quatro medalhas, sendo uma de ouro, duas de prata e outra de bronze. Em seu maior momento na competição, desbancou a norte-americana Simone Biles no solo e foi reverenciada pela adversária no momento de subir ao pódio. O desempenho da atleta na atual edição garantiu a ela o posto de maior medalhista olímpica da história do Brasil, com seis pódios
Quem também viveu o ápice em Paris foi a judoca Beatriz Souza, medalha de ouro na categoria acima de 78 quilos. Em sua primeira participação em uma Olimpíada, a atleta de 26 anos teve uma trajetória consistente até o pódio. Ela derrotou Romane Dicko, atleta da casa, por ippon, nas semifinais, enquanto na decisão bateu a israelense Raz Hershko, segunda do ranking mundial.
Outra atleta a estrear no pódio é Larissa Pimenta. Em sua segunda Olimpíada, a atleta do Pinheiros de 25 anos ficou com o bronze após derrotar a italiana Odette Giuffrida na disputa pelo terceiro lugar. Tanto ela quanto Bia Souza levaram outra medalha de bronze na disputa por equipes, cuja principal personagem foi outra mulher: Rafaela Silva. Ouro no Rio-2026, a experiente judoca não conseguiu triunfar no individual, mas acertou waza-ari que garantiu a vitória por 4 lutas a 3 sobre a Itália.
Beatriz Ferreira foi quem melhor representou o Brasil no boxe. Depois dos insucessos de Keno Marley e Abner Teixeira, favoritos ao pódio, a boxeadora voltou a repetir a boa participação apresentada em Tóquio, em 2021, quando foi bronze, mas desta vez indo até a final e ficando com a prata. Quem também ficou com o segundo lugar em Paris foi Tatiana Weston-Webb, que superou a líder do ranking mundial Caitlin Simmers no caminho até o pódio, se tornando a primeira brasileira medalhista da modalidade.
Prata em Tóquio, Rayssa Leal também correspondeu às expectativas por medalha e subiu novamente ao pódio. A maranhense de 16 anos chegou a ficar em um cenário difícil na final do skate street feminino, mas conseguiu reverter a situação com boas manobras e ficou com o bronze.
Além do futebol, cuja medalha já está garantida, o Brasil tem grandes chances de conseguir medalhas nas categorias femininas com Ana Patrícia e Duda, semifinalistas do vôlei de praia, e com a seleção brasileira de vôlei de quadra, também garantida na semi. Outra com boas chances de pódio é Ana Marcela Cunha, ouro em Tóquio, e que defenderá o título olímpico da prova de águas abertas na quinta-feira.
QUADRO DE MEDALHAS
Até a manhã desta quarta-feira, o Brasil figurava na 17ª colocação no quadro de medalhas, com 13 pódios no total. Num hipotético quadro somente com as conquistas das mulheres, o País subiria para o 10º posto, com nove medalhas. Estados Unidos e Austrália ocupariam os primeiros lugares, com 48 (15 de ouro) e 23 (12) pódios, respectivamente.
Confira abaixo as medalhas conquistadas por mulheres brasileiras em Paris:
Rebeca Andrade (ginástica artística): 1 ouro (solo), 2 pratas (individual geral e salto) e 1 bronze (equipes)
Bia Souza (judô, acima de 78 quilos): 1 ouro e 1 bronze (equipes)
Larissa Pimenta (judô, até 52 quilos): 2 bronzes (1 individual e por equipes)
Bia Ferreira (boxe, até 60 quilos): 1 prata
Tatiana Weston-Webb (surfe): 1 prata
Rayssa Leal (skate street): 1 bronze
Medalhas conquistadas por homens brasileiros em Paris
Willian Lima (judô, até 66 quilos): 1 prata (individual) e 1 bronze (equipes)
Caio Bonfim (marcha atlética): 1 prata
Gabriel Medina (surfe): 1 bronze