Corinthians bate recorde negativo e dívida chega a R$ 2,7 bilhões em 2025

O Corinthians atravessa um dos períodos financeiros mais delicados de sua história. O balancete referente a julho de 2025 revelou um déficit acumulado de R$ 103 milhões e uma dívida recorde de R$ 2,7 bilhões, número que acende um alerta sobre a sustentabilidade econômica do clube.

Apesar da dimensão do problema, há um pequeno sinal positivo: o valor devido à Caixa Econômica Federal pela Neo Química Arena teve leve redução, caindo de R$ 675,2 milhões para R$ 655,3 milhões.

A queda foi impulsionada pela campanha de arrecadação organizada pela Gaviões da Fiel, que tem ajudado a amortizar os juros desde novembro do ano passado.

Mesmo sem contar o débito da Arena, o Corinthians ainda acumula quase R$ 2 bilhões em compromissos financeiros — entre empréstimos bancários, encargos trabalhistas e pendências com fornecedores. O quadro revela um crescimento contínuo da dívida, que preocupa dirigentes e conselheiros.

Nesta semana, o Conselho Deliberativo aprovou uma revisão orçamentária. A nova previsão aponta que o clube deve fechar 2025 com prejuízo de R$ 83 milhões, revertendo a estimativa inicial de superávit de R$ 34 milhões feita pela gestão anterior, de Augusto Melo.

O balanço mostra contrastes entre os setores: o departamento de futebol registrou superávit de R$ 13 milhões, enquanto o clube social acumulou resultado negativo de R$ 26,5 milhões, ampliando o rombo nas contas.

O presidente Osmar Stábile tenta alternativas para equilibrar o fluxo de caixa. Uma das apostas é a renegociação dos naming rights da Neo Química Arena, atualmente sob contrato com a Hypera Pharma até 2040. A meta é triplicar o valor do acordo, originalmente estimado em R$ 300 milhões.

No entanto, as dificuldades financeiras também impactam diretamente o campo esportivo. O Corinthians enfrenta transfer ban da Fifa por causa de uma dívida de R$ 33 milhões com o Santos Laguna, pela compra do zagueiro Félix Torres. Somadas a outras pendências com clubes e atletas, as condenações impostas pela entidade já ultrapassam R$ 120 milhões.

Com receitas pressionadas e dívidas acumuladas, o desafio da atual gestão será reconstruir a credibilidade financeira sem comprometer o desempenho esportivo — missão que exige planejamento, austeridade e paciência da torcida.