JÁ VACINOU?

Djokovic espera apoio na Austrália, mas reconhece chance de recepção hostil

O tenista retorna à Austrália quase um ano após ser deportado do país por não se vacinar contra a Covid-19

Agência Estado
Publicado em 29/12/2022 às 11:48
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Novac Djokovic foi campeão da ATP Finals, em novembro (Foto/Reprodução Twitter @DjokerNole)

Depois de desembarcar discretamente na Austrália, terça-feira, quase um ano após ser deportado do país por não se vacinar contra a covid-19, Novak Djokovic conversou com a imprensa nesta quinta, em Adelaide, onde disputará um torneio de nível 250 que usará como preparação para o Aberto da Austrália. Questionado sobre um possível comportamento hostil dos torcedores em razão da polêmica, mostrou algum otimismo de que pode ser bem-recebido, embora reconheça a possibilidade de uma reação negativa vinda das arquibancadas.

"Espero que tudo corra bem. A reação dos fãs é algo que não posso prever. Eu faço o melhor para jogar um bom tênis e levar boas emoções à plateia", afirmou. Ao comentar o episódio vivido em janeiro deste ano, disse que foi um dos momentos mais difíceis de sua carreira, mas que isso não tira sua alegria de voltar a competir em território australiano.

"Obviamente, o que aconteceu 12 meses atrás não foi fácil para mim, para minha família, minha equipe, qualquer pessoa próxima a mim. Foi frustrante deixar o país daquela maneira. Não há como esquecer esses eventos, é uma dessas coisas que continua com você pelo resto de sua vida. É algo que nunca tinha vivido e espero não viver mais, mas foi uma experiência valiosa e algo que vai ficar comigo, tenho que seguir em frente", afirmou.

Atual quinto colocado do ranking da ATP, Djokovic era o número 1 do mundo quando foi impedido de disputar a última edição do major australiano. Na ocasião, ainda foi deportado pelo governo local e banido de entrar no país oceânico por três anos, punição retirada pelo Ministério da Imigração no início deste mês. Além disso, a Austrália já não exige mais comprovante de vacinação para visitantes, por isso o sérvio pôde desembarcar sem problemas.

O ex-número 1 tem nove títulos do Aberto da Austrália e brigaria pela quarta conquista consecutiva em 2022 se não tivesse sido banido, pois foi campeão em 2019, 2020 e 2021. De volta à disputa do Grand Slam inaugural das temporadas do tênis, buscará o histórico décimo título. "É ótimo estar de volta à Austrália. É um país onde tive um sucesso tremendo na minha carreira, particularmente em Melbourne. É, de longe, o Grand Slam onde tive mais sucesso. Espero que tudo corra bem", disse.

O CASO

Em janeiro de 2022, Novak Djokovic viveu um dos piores momentos de sua carreira, com repercussões mundiais e diplomáticas. Sem vacina e sem comprovante, obteve uma permissão especial para entrar na Austrália para disputar o Grand Slam em janeiro. No entanto, esta permissão não foi considerada pelas autoridades da fronteira e Djokovic ficou detido em um hotel.

Daí em diante, foram 10 dias de polêmicas e declarações controversas por parte do tenista e das autoridades australianas que acabaram nos tribunais locais. A Justiça local acabou decidindo pela deportação do tenista, que não pôde defender o título conquistado em 2021. Além disso, ele foi alvo de críticas até mesmo dentro do mundo do tênis por tentar entrar no país e disputar o torneio sem ter se vacinado, algo que foi exigido para todos os atletas.

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