Merecidamente, a Espanha venceu final da Eurocopa por 2 a 1 (Foto/ANSA/EPA)
O projeto esportivo do futebol espanhol concretizou-se em título neste domingo, com a conquista do tetracampeonato da Eurocopa. A seleção da Espanha deu uma aula de como aproveitar seus jovens talentos, liderada por Nico Williams, 21, e Lamine Yamal, 17, durante a maior parte do torneio, e venceu a Inglaterra por 2 a 1 na final, disputada no Estádio Olímpico de Berlim, na Alemanha.
Aos ingleses, restou mais uma desilusão. Nem mesmo o fato de terem em seu elenco um nome como Bellingham, que é um dos favoritos para ganhar a Bola de Ouro ao lado de Vinícius Júnior, foi o suficiente para encerrar o jejum de 58 anos sem título. A última e única vez que a Inglaterra levantou uma taça foi em 1966, quando faturou a Copa do Mundo.
Como esperado, a bola passou maior parte do primeiro tempo nos pés da Espanha, o que não significa que houve domínio ou agressividade por parte dos comandados de Luis de La Fuente. Passar do último terço era um grande desafio para eles, mesmo com todo o talento de Nico Williams e Lamine Yamal à disposição. A defesa inglesa se protegia ocupando intensamente a faixa central, com os laterais destacados para impedir que os pontas espanhóis puxassem para dentro, como preferem fazer já que atuam de pé trocado.
Cansados de serem empurrados para a linha de fundo e nada produzir, Williams e Yamal chegaram a inverter de lado, mas a troca de posição não mudou a configuração da partida. A marcação dos britânicos continuava implacável, mas eles pouco fizeram em termos ofensivos. Não à toa, a etapa inicial terminou com apenas um chute a gol, dado por Foden após cobrança de falta e defendido Unai Simón.
Logo no primeiro lance do segundo tempo, os atacantes espanhóis conseguiram executar o que tanto tentaram durante a primeira metade do jogo, porém não sem a ajuda do experiente lateral-direito Carvajal, que deu um toque de primeira para Yamal, com espaço para avançar pelo meio. O prodígio de 17 anos carregou até a meia-lua e soltou dentro da área, onde Williams se encontrou com a bola e bateu de esquerda no canto esquerdo de Pickford para abrir o placar.
A partir daí, a disciplina defensiva da Inglaterra parou de funcionar como antes. Ainda restava algum resquício da solidez, mas a Espanha encontrava muito mais espaços. Não fosse a falta de pontaria de Morata e boas intervenções de Pickford, como em um chute perigoso de Yamal, a vantagem poderia ter sido ampliada rapidamente.
Já os sopros da esperança inglesa vinham ocasionalmente, caso de ótima finalização do até então tímido Bellingham, após segurar a marcação de costas e girar para bater. Foi a qualidade como pivô do meia do Real Madrid que permitiu aos ingleses o gol de empate, depois que ele fez a parede dentro da área e soltou para Palmer, que havia acabado de entrar, mandar a bomba rasteira, vencendo Simón.
A Espanha sentiu a Inglaterra crescer no jogo, mas o herói improvável Oyarzabal aproveitou assistência de Dani Olmo para garantir o tetracampeonato. Ainda foram necessários esforços defensivos frente à grande pressão colocada em prática pelos ingleses no minuto final. Suportada a ofensiva britânica, confirmado o título espanhol.
ESPANHA 2 X 1 INGLATERRA
ESPANHA - Unai Simón; Carvajal, Le Normand (Nacho Fernández), Laporte e Cucurella; Rodri (Zubimendi), Fabián Ruiz e Dani Olmo; Lamine Yamal, Morata (Oyarzabal) e Nico Williams. Técnico: Luis de La Fuente.
INGLATERRA - Pickford; Walker, Stonees e Guéhi; Saka, Mainoo (Palmer), Rice, Bellingham, Foden e Shaw; Harry Kane (Watkins); Técnico: Gareth Southgate.
GOLS - Nico Williams, no primeiro minuto, Palmer, aos 27, e Oyarzabal, aos 41 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO - François Letexier (FRA).
CARTÕES AMARELOS - Dani Olmo e Stones
RENDA E PÚBLICO - Não divulgados.
LOCAL - Estádio Olímpico de Berlim.