Ontem foi um dia quente na Gávea. Depois da demissão do técnico Cuca, o Flamengo vive também uma crise política. O vice-presidente de futebol, Kleber Leite, deixou o cargo alegando não concordar com medidas tomadas pelo presidente interino do clube, Delair Dumbrosck (o presidente Márcio Braga está licenciado por problema de saúde). Junto com o dirigente, também deixa suas funções no clube o diretor de futebol, Plínio Serpa Pinto. O vice de esportes olímpicos, Marcos Brás, está cotado para assumir o departamento. O Flamengo tem eleições marcadas para o fim do ano. Enquanto convive com a crise política, o Flamengo tenta convencer Carlos Alberto Parreira a aceitar o convite para treinar o time. Os dirigentes querem que o novo técnico já viaje para assistir ao jogo contra o Santos, domingo, na Vila Belmiro. O auxiliar Andrade vai comandar o time, que fará sua milésima partida em campeonatos brasileiros. Parreira sempre foi o preferido de Márcio Braga, desde o início do ano. Mas, além do tetracampeão mundial, os nomes de Sérgio Guedes e de Vágner Mancini têm sido analisados. Sobre Parreira, não houve a resistência esperada ao seu nome entre a maioria dos diretores do clube. Uma dificuldade seria o salário, já que o técnico recebia algo em torno de R$ 400 mil mensais, no Fluminense. Os dirigentes rubro-negros pensam numa comissão técnica formada por Parreira e pelo ex-zagueiro e ex-capitão do time Fábio Luciano. O nome dele teria sido aprovado pelos jogadores, inclusive. O ex-jogador, aposentado após a conquista do tricampeonato carioca, no primeiro semestre, facilitaria as coisas em termos de relacionamento com os atletas. Fábio Luciano está viajando, mas volta ao Rio de Janeiro no fim de semana. Ele teria gostado da ideia de ajudar com algum trabalho na comissão técnica, desde que não fosse como treinador.