Secretário de Infraestrutura e Mobilidade de MG falou sobre ações que serão tomadas para garantir jogos de futebol no estádio
Fernando Marcato fala sobre impasse em relação ao Mineirão (Foto/Videopress Produtora)
Na tentativa de solucionar os problemas em relação à gestão do Mineirão, feita pela Minas Arena, o Governo do Estado de Minas Gerais anunciou nesta terça-feira (24) a criação de um comitê com representantes dos clubes de Belo Horizonte - América, Atlético e Cruzeiro.
Um dos objetivos do comitê é 'fiscalizar' os eventos agendados para o Mineirão, por parte da concessionária. Segundo o Secretário, o grupo formado deve receber, para os 12 meses seguintes, todas as atividades e eventos que serão realizadas no Gigante da Pampulha.
Segundo o secretário, o grupo formado poderá "fazer questionamentos, comentários e pedir esclarecimentos para que seja possível harmonizar eventuais interesses comerciais, de shows, por exemplo, e outras atividades desenvolvidas no Mineirão com a atividade desportiva".
O Governo de Minas já entrou em contato com os clubes e comunicou, por meio de ofício, a necessidade de nomeação dos representantes que irão compor o comitê, para que as deliberações comecem imediatamente.
O contrato, assinado em 2010 - ano do início das obras de revitalização do estádio -, dá à Minas Arena o direito de administrar o Mineirão até 2037. Um dos pontos ressaltados pelo Secretário é, inclusive, a revisão da quantia paga pelo Governo à concessionária.
"Há um proposta para revisão desse contrato, em especial, com redução dos pagamentos que são feitos por parte do Estado. Isso já foi solicitado e estamos aguardando a Minas Arena nos dar um prazo para o envio dessa resposta", continuou Marcato.
Pagamentos do Governo à Minas Arena
O contrato de Parceria Público Privado (PPP), o consórcio que criou a Minas Arena, financiou R$ 666 milhões da reforma de modernização do Mineirão, com as obras sendo realizadas entre 2010 e 2012. Desde 2013, quando o estádio entrou, efetivamente, em operação, o Estado repassa, mensalmente à Minas Arena, um valor como indenização pelos investimentos na reconstrução e na administração do Mineirão, com valores atualizados pela taxa Selic.
Esse valor, agora, também está condicionado ao desempenho da Minas Arena. Em um primeiro momento, o Estado repassou, até o fim de 2022 (quando o contrato completou 10 anos de uso efetivo do estádio), uma remuneração pelos investimentos na reforma do espaço, além de uma remuneração pelo desempenho operacional. A partir deste ano de 2023, o Estado repassa um valor relativo somente ao desempenho operacional, até o fim do contrato, em 2037.
Cruzeiro 'fora' do Mineirão
Na noite de segunda-feira (23), Ronaldo Fenômeno, dono da SAF do Cruzeiro, anunciou que o clube não jogará no Mineirão em 2023. Alegando que as condições de contrato com a Arena Independência são melhores, o empresário confirmou que os jogos da Raposa serão no Horto. Ronaldo ainda afirmou que o Estado precisa rever o contrato com a Minas Arena, que estaria "confortável" diante das cláusulas.
É exatamente isto que o Governo de Minas dará sequência nos próximos dias. Além do comitê que será oficializado em 15 dias, o Estado já iniciou essa revisão contratual. Segundo o secretário, o objetivo é diminuir o valor gasto com o Mineirão mensalmente. De acordo com ele, Minas Gerais desembolsa, em média, R$4 milhões por mês, com o estádio, seguindo o contrato feito em 2010.
Fonte: O Tempo