Para qualquer um que tenha acompanhado a trajetória da seleção sob o comando de Dunga, fica muito claro que o Brasil pode até ganhar a Copa do Mundo sem Kaká. Com ele, no entanto, as chances de sucesso se multiplicam. Por isso, o que se viu e ouviu na entrevista coletiva do meia ontem, na concentração da seleção, em Johannesburg, é animador. Kaká demonstrou não temer ficar fora da estreia nem chegar a ela fora de suas melhores condições. Também deixou claro que não sente o peso de seu status de figura central da equipe. Bem-humorado, tranquilo e afiado nas respostas – principalmente em relação à polêmica que cerca a bola Jabulani –, Kaká pareceu satisfeito com a forma como chega ao Mundial.
Diante da expectativa em torno de seus comentários sobre a bola da Copa, Kaká tirou o problema de letra. Foi diplomático e tentou acabar com o assunto. “Em todas as competições há críticas à bola, mas num Mundial a proporção é muito maior. Essa é a bola da Copa, então temos que usá-la. Espero que seja com ela que a gente conquistará o título.” Kaká brincou com os dois jogadores que criticaram a Jabulani de forma mais dura. “Já vejo o Luís Fabiano beijando a bola e o Júlio César a abraçando.” Foi uma boa saída para lidar com um assunto espinhoso, que não se resume ao que se passa no campo – Kaká, garoto propaganda da fabricante, participou do desenvolvimento do novo modelo. E ontem, não agiu como simples garoto-propaganda, mas também não quis estender a discussão. Depois de outra pergunta sobre o assunto, avisou: “A bola não é do Kaká, é da Adidas.”