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Messi é o novo reforço do Inter Miami e vai jogar nos EUA: 'Quero sair dos holofotes'

Agência Futebol Interior
Publicado em 08/06/2023 às 08:05
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O contrato de Lionel Messi com o clube norte-americano terá dois anos de duração e salário de 60 milhões de euros anuais (Foto/Reprodução)

O contrato de Lionel Messi com o clube norte-americano terá dois anos de duração e salário de 60 milhões de euros anuais (Foto/Reprodução)

Nem Barcelona nem o futebol da Arábia Saudita, que vem buscando astros experientes para revolucionar seu campeonato nacional. O destino do veterano Lionel Messi é o Inter Miami, dos Estados Unidos. Aos 35 anos, o astro argentino aceitou o desafio de disputar a Major League Soccer (MLS) pelo time do inglês David Beckham.

A informação foi confirmada pelo próprio jogador, em entrevista conjunta aos jornais espanhóis Mundo Deportivo e Sport, antes de ser anunciada oficialmente pelo clube americano. “Tomei a decisão de ir para Miami”, afirmou o argentino. “Se a coisa do Barcelona não saiu, queria sair da Europa, sair dos holofotes e pensar mais na minha família”, concluiu.

Durante a entrevista, Messi também disse que seu plano inicial era voltar ao Barcelona. Ao explicar o motivo de não ter dado certo, lembrou a forma como saiu do clube catalão ao fim de sua primeira e vitoriosa passagem, quando a diretoria teve que liberá-lo para não ultrapassar o limite de gastos estabelecidos pela LaLiga.

“Estava ansioso para poder voltar, mas depois de ter passado pelo que vivi e pela saida que tive, não queria ficar na mesma situação de novo: ficar esperando para ver o que ia acontecer e deixar meu futuro nas mãos de outros. Ouvi dizer que tinham de vender jogadores ou de baixar os salários dos jogadores e a verdade é que não queria passar por isso, nem me encarregar de obter algo que tivesse a ver com tudo isso”, completou.

Messi aceitou a oferta financeira e vai tentar reerguer o lanterna da competição, com somente 15 pontos após 16 partidas. Ele se apresenta após defender a Argentina nos amistosos contra Austrália e Indonésia, dias 15 e 19 de junho, respectivamente. Nos últimos dias, o pai do jogador teve reuniões com o Barcelona, mas as negociações não avançaram. Há dois meses, quando já se sabia que ele não ficaria no PSG, seu pai negocia um novo contrato.

O jogador queria definir seu futuro antes de defender o país na Data Fifa. O Inter Miami nunca foi a primeira opção de Messi, que mesmo em rota de colisão com o presidente do Barcelona, Joan Laporta, jamais negou que sonhava em vestir novamente a camisa do clube. Ele jogará na equipe de David Beckham por causa do Fair Play Financeiro da equipe espanhola.

Desde a eliminação na Liga dos Campeões, Messi ficou sem clima para permanecer no Paris Saint-Germain. O argentino virou alvo dos revoltados torcedores do time de Paris e acabou sendo perseguido e vaiado. Uma viagem sem autorização para a Arábia Saudita acabou estremecendo de vez a relação do atleta com o clube após receber multa. Um pedido de desculpas de nada adiantou e o contrato não foi renovado após duas temporadas.

A ida para a Arábia Saudita chegou a ser especulada como chance de o astro acertar sua transferência ao Al-Hilal. As altas cifras oferecidas, porém, parecem não ter motivado o jogador, que jamais escondeu o sonho de retornar à Espanha. Messi já adiantou que voltará a morar em Barcelona com a família, mas um retorno ao clube ficou inviável por causa do teto de gastos estipulado pela Fifa. O clube não tinha como inscrevê-lo na LaLiga. O Barcelona melhorou suas finanças nesta temporada, com a conquista do Campeonato Espanhol, mas ainda está longe de brigar com os gigantes da Europa.

Seu pai e agente, Jorge Messi, até foi flagrado no clube catalão. Disse, inclusive, que o filho sonhava em vestir novamente a camisa 10 da equipe onde se consagrou após 19 temporadas – desde a base. O problema é que teria de receber um salário muito baixo para poder atuar a fim de o Barcelona não ficar impossibilitado de realizar novas contratações.

“O pacote que estaria sendo oferecido ao jogador, se confirmado, além de ser comercialmente agressivo é também disruptivo, pois tornaria o Messi sócio da Adidas e Apple nas receitas geradas pela liga americana. Isso não é algo trivial quando imaginamos uma empresa do tamanho da Apple. Mostra também a maturidade do mercado americano quando os demais clubes da liga aceitam ceder alguma fatia do bolo e ver seu adversário ser reforçado com o melhor jogador do mundo em prol de crescer o bolo de uma forma maior no futuro. Precisamos apreender essa lição rapidamente aqui no Brasil”, afirmou Eduardo Carlezzo, advogado especialista em direito desportivo.

Especialista em marketing esportivo e professor da ESPM, Ivan Martinho vê o momento como histórico para o Inter Miami. “Ás vésperas de sediar uma Copa do Mundo e seguindo a tradição de criar um ambiente convidativo para grandes estrelas como Beckham, Kaká, Ibrahimovic e outros, a MLS e o Inter Miami parecem dar a maior cartada de sua história com a contratação de Messi, deixando pra trás o sonho catalão do retorno ao Barcelona ou da reedição da rivalidade com Cristiano Ronaldo no futebol árabe. Miami é a cidade mais latina dos EUA e uma das que mais recebe turistas, fatos que trazem identificação imediata com a nova estrela e futuros capítulos promissores para o futebol ‘jogado com os pés’ no maior mercado esportivo do mundo”, afirmou.

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