MERCADO

Nova China? Jogadores já ameaçam deixar o futebol da Arábia Saudita

Agência Estado/Marcos Antomil
Publicado em 23/01/2024 às 07:50
Compartilhar
Benzema pode ser o próximo a deixar o país. Ele estaria insatisfeito com as cobranças excessivas (Foto/Nacho Doce/Reuters)

Benzema pode ser o próximo a deixar o país. Ele estaria insatisfeito com as cobranças excessivas (Foto/Nacho Doce/Reuters)

Cristiano Ronaldo, Neymar, Karim Benzema, Sadio Mané e outros craques foram atraídos pelo projeto da Arábia Saudita de transformar o país em um polo esportivo mundial. Amplamente discutidas as intenções da nação do Oriente Médio com tal movimento, surge uma nova preocupação: por quanto tempo os sauditas conseguirão sustentar essa plataforma esportiva?

Agressivos no mercado de transferência de verão (no Hemisfério Norte), os sauditas gastaram mais de R$ 5 bilhões em contratações em 2023. Mas, no mercado de inverno deste ano, o anseio consumista foi cessado. Apenas o brasileiro Renan Lodi, formado nas categorias de base do Athletico-PR e que atuará no Al-Hilal, pode ser considerado um reforço de peso. Ele já serviu a seleção brasileira.

Em contrapartida, grandes nomes ameaçam deixar a Arábia Saudita em uma debandada que poderia iniciar um declínio do país do Oriente Médio no futebol. O inglês Jordan Henderson, volante ex-Liverpool, ficou apenas seis meses no Al-Ettifaq e arrumou suas malas rumo ao futebol holandês, onde vestirá a camisa do tradicional Ajax. Sua passagem no torneio saudita foi meteórica

O atacante Benzema pode ser o próximo a deixar o país. O francês, que brilhou com a camisa do Real Madrid, não deu as caras no Al-Ittihad por 17 dias e retornou apenas na última quinta-feira ao local de trabalho. Ele estaria insatisfeito com as cobranças excessivas e incomodado com a demora para adaptação ao futebol saudita.

Não é nada comum atrasar e sumir por tanto tempo. Dirigentes de seu clube, porém, não querem negociá-lo de imediato. No entanto, o retorno ao futebol europeu é o que mais agrada ao jogador, de acordo com veículos de comunicação da Europa.

Um brasileiro aparece na lista dos que podem deixar a Arábia Saudita nesse curto período de tempo. Roberto Firmino saiu do Liverpool e esperava ter mais espaço no Al-Ahli. Ele foi especulado em clubes brasileiros, como Corinthians e Grêmio, mas não está no horizonte deles nesse momento.

MÉDIA DE PÚBLICO NOS ESTÁDIOS SAUDITAS

Apesar das contratações de peso, a média de público do Campeonato Saudita é baixa, somente 8,5 mil pessoas comparecem aos jogos. Esse é um dos argumentos usados por atletas que estariam insatisfeitos por lá.

Também surge como empecilho a sequência de suas carreiras em suas respectivas seleções. Em um futebol de nível pouco competitivo, os jogadores deixam de atrair os olhares dos treinadores. Os conflitos e guerras que eclodiram na região nos últimos meses (Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, Iêmen e a tensão entre Irã e Paquistão) integram a lista de preocupações.

A Arábia Saudita não está se movendo apenas no futebol, outras modalidades fazem parte do hall de eventos e investimentos feitos pelo país: tênis, automobilismo, golfe, boxe e MMA são os principais. Os sauditas ainda serão anfitriões da Copa do Mundo de 2034. Portanto, uma mudança de rota impactaria projetos de longo prazo.

Surgem comparações com o futebol da China, que também fez altos investimentos em meados da década passada, aspirava sediar uma Copa do Mundo, mas jamais passou perto de contratar estrelas com os sauditas fizeram.

À época, os clubes de países mais periféricos como o Brasil, eram os que verdadeiramente temiam perder seus atletas para os chineses. O caso da Arábia Saudita é bastante diferente, mas não é esse fator que impede ter o mesmo fim.

NEYMAR

O principal brasileiro que foi para o país saudita é Neymar. Ele está machucado e ficará fora de combate até agosto deste ano, quando já estará no seu segundo ano de contrato. Toda e qualquer debandada passa pela autorização e negociação com os clubes sauditas, com que os atletas assinaram acordos milionários.

Neymar, por exemplo, é tratado como um xeque desde que chegou ao país. Ele recebe no Al-Hilal mais do que ganhava no PSG. Para sair, se quiser, terá de negociar com os chefões o dinheiro recebido. Isso vale para todos os craques que assinaram contratos com os clubes sauditas.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM OnlineLogotipo JM Online

Nossos Apps

Redes Sociais

Razão Social

Rio Grande Artes Gráficas Ltda

CNPJ: 17.771.076/0001-83

Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por