A ação atingiu torcedores da Inter de Milão e do Milan, dois tradicionais times da Itália (Foto/Reprodução Internet)
A polícia italiana prendeu 19 pessoas, acusadas de ligações criminosas com o grupo mafioso 'Ndrangheta, em ação que atingiu torcedores da Inter de Milão e do Milan. De acordo com os promotores, as acusações incluem associação criminosa, com uso de "métodos mafiosos", extorsão, agressão e outros crimes graves
A 'Ndrangheta é uma organização mafiosa italiana que emergiu nos últimos anos como um dos grupos mais poderosos do mundo, rivalizando com a mais conhecida máfia siciliana. A Promotoria alega que os suspeitos tentaram assumir o controle de todas as atividades comerciais no entorno do estádio Giuseppe Meazza de Milão, também conhecido como San Siro, incluindo estacionamentos, restaurantes, venda de ingressos e souvenirs. Os investigadores disseram que alguns dos suspeitos também podem estar envolvidos no tráfico de drogas.
A polícia revistou as casas de mais de 50 pessoas, incluindo Giancarlo Lombardi, um torcedor do Milan conhecido como "O Barão", e Antonio Bellocco, um ex-chefe local da ’Ndrangheta, morto há algumas semanas.
Entre os presos estavam Luca Lucci e Renato Bosetti, líderes dos grupos de torcedores "ultras" do Milan e do Inter de Milão, respectivamente. Lucci já havia sido condenado por acusações relacionadas a drogas.
Christian Rosiello, apontado como guarda-costas do popular rapper italiano Fedez, está entre os detidos. "A investigação mostra os riscos de infiltração no futebol profissional e não profissional por parte do crime organizado", disse o procurador Giovanni Melillo. "Precisamos parar de fingir que não vemos esses riscos."
O promotor de Milão, Marcello Viola, esclareceu que os dois clubes da cidade são "partes ofendidas" na investigação, tendo estabelecido regras para evitar irregularidades. "Mas eles também terão que provar que romperam qualquer relacionamento com torcedores criminosos", acrescentou Viola.