O Uberaba Sport tentou, através da Justiça, anular o leilão do Estádio Boulanger Pucci, realizado em 27 de fevereiro deste ano. Na ocasião, o centro de treinamentos do USC foi arrematado pelas empresas RCG, com participação de 76,40% e LS Guarato, com participação de 26,60%. No entendimento da diretoria do Uberaba Sport, bem como do seu departamento jurídico, o valor pago pelos arremates é muito inferior ao que vale a área. O processo foi julgado na quinta-feira, em Belo Horizonte, entretanto, a justiça entendeu que o leilão não foi vil, validando o procedimento leiloeiro. Sendo as duas arrematantes empresas de Uberaba, a reportagem do Jornal da Manhã procurou por seus dirigentes, com o intuito de saber qual o posicionamento deles quanto ao time da cidade. Para o empresário Luiz Guaritá Neto, se houve algum erro, a culpa não foi em momento algum dos empresários, que tiveram interesse comercial na área do estádio. “Quatro empresas estiveram presentes. Se nós não arrematássemos, outras empresas poderiam ter arrematado. Tivemos o maior lance. Não compramos nada do Uberaba Sport Club, e sim da Justiça”. O ex-prefeito de Uberaba disse que a situação envolvendo o valor sentimental dos torcedores em relação ao BP o incomoda, mas que o clube precisa entender que a história não será apagada. “O time não morre porque muda o lugar do centro de treinamentos. Estes 92 anos serão lembrados sempre. É preciso dizer ainda que o Uberaba Sport perdeu o estádio há muito tempo. São dívidas de longa data que eles tentaram protelar. Retomada. Quanto às possibilidades do Uberaba Sport Club retomar a área, a advogada da RCG, Dra. Paula Virginia Ventura, esclareceu que o clube tem todo direito de lutar pelo seu patrimônio, em todas as instâncias possíveis e que a desapropriação não é a saída mais adequada. “A RCG quer deixar claro que não está virando as costas para o Uberaba Sport Club. Todos os dirigentes são torcedores do time. A transação comercial está sendo feita dentro dos parâmetros legais. O clube tem o direito de tentar na Justiça retomar o seu patrimônio. Por isso estamos esperando que o processo seja encerrado para executar os projetos feitos para o local. É preciso entender que diante da desapropriação, a Prefeitura não doará o Boulanger Pucci ao clube. Mais cedo ou mais tarde, ela utilizará a área para outro fim”. De acordo com Paula Virginia, a preocupação da RCG é de esclarecer à sociedade que não houve interesse em prejudicar o Uberaba Sport Club. “A diretoria se coloca à disposição do clube. Apoiaremos e discutiremos as possibilidades. Se hoje uma outra empresa quiser comprar a área, quitar a dívida do Uberaba Sport Club e pagar um valor maior, estamos aptos a conversar. Além disso, prontificamo-nos a patrocinar o clube, dentro das nossas possibilidades”. As duas empresas arrematantes já estão de posse das chaves do Estádio Boulanger Pucci. O que se sabe é que a RCG deve aguardar o fim do processo, enquanto o LS Guarato teria um interesse maior em colocar em prática a ampliação do supermercado. A reportagem tentou entrar em contato com o departamento jurídico do LS Guarato, mas não obteve retorno. A secretária do proprietário, Sergio Guarato, informou que ele está fora de Uberaba e retornará na segunda-feira.