Oito anos no Uberaba Sport Club. Um tempo considerável quando se fala de futebol e da fidelidade de um atleta ao time. O eterno meio-campista do USC também fez sucesso pelo Brasil. Tati defendeu o Palmeiras e o Internacional de Porto Alegre. “Graças a Deus, o Internacional também é colorado”, brinca Tati. O ex-jogador coleciona recortes de jornais que noticiavam as suas boas atuações, principalmente no Palmeiras. “Em certa ocasião, fiquei à frente do Pelé, como o melhor da rodada no Campeonato Paulista”. Aos 76 anos, os ex-camisa 10 divide o seu tempo entre a fazenda e a cidade. O guaxupeano adotou e foi adotado por Uberaba. “Foi aqui que conheci a minha esposa e onde meus filhos nasceram e cresceram. Enfim, fiz a minha vida em Uberaba. Casados há 51 anos, Maria Áurea e Tati tiveram dois filhos, Walter Celani Júnior e José Geraldo Borges Celani. E viram a família crescer com a chegada dos seis netos, Mariana, Tatiana, Bárbara, Laura, Fernando e João Geraldo. Tati admite torcer pelo Colorado e garante que o futebol só lhe proporcionou alegrias. “Futebol não me deu dificuldades. Tem muitas polêmicas. Certa vez comecei a sentir umas coisas esquisitas e fui descobrir que estava sendo dopado em todos os jogos. Apesar dessas coisas, fui muito feliz como jogador e ainda sou. Tudo o que tenho devo ao futebol”. Aposentado na supervisão de um laboratório de medicamentos, Tati afirma que foi surpreendido pela homenagem. Para ele, ninguém mais se recordava dos jogadores que fazem parte da história do Uberaba Sport. “Aqui, em Uberaba, e no Brasil, falta dar um pouco mais de valor aos antigos jogadores. Muitos desses importantes atletas que fazem parte da história dos times estão esquecidos. Para mim, receber este troféu do Jornal da Manhã e da Rádio JM foi uma surpresa muito grande, como penso que será também até para quem não vai receber o prêmio. A homenagem, na verdade, não é para mim, para o Walter Celani ou o Tati, mas para todos os jogadores que ajudaram a escrever a história desses clubes. Contando as suas derrotas, conquistas, os seus títulos, cultivaram uma enorme torcida, que é a razão da existência de um time de futebol. Fico agradecido pela lembrança. É muito bom saber que entre tantos jogadores, ainda sou lembrado”.