No Mato Grosso, certamente não será novidade o fato de Marcos Antônio Gomes, popularmente conhecido como Marcos Birigui, ter sido eleito o melhor técnico de 2009. Por lá, o trabalho do treinador está mais que consagrado. Agora, o desafio de Birigui é conquistar o território mineiro, a começar por Uberaba. O ex-goleiro assumiu, há menos de três meses, o Uberaba Sport Club e já acumula o título da Taça Minas Gerais. Muito além da fama de ser um dos técnicos mais vitoriosos do estado mato-grossense, está o prazer de Birigui em encarar novas situações. A prova está no passado. Em 1982, após atuar três anos como titular no Guarani de Campinas, Birigui deixa o clube, que na época era um dos mais expressivos do futebol paulista, para se tornar figura histórica no Santa Cruz de Pernambuco. “Fui campeão da Taça de Prata em 1981, com o Guarani, e tinha acabado de ser convocado pelo Telê Santana para jogar contra a Rússia, no Morumbi. Mas falhei num derby com a Ponte Preta, na decisão do Campeonato Paulista, que estava sendo transmitida ao vivo pela televisão. A torcida não me perdoou. A partir desta falha – veja como a vida é irônica –, veio o meu grande momento no futebol. Fui para o Santa Cruz e me tornei o grande ídolo daquela gigantesca massa coral. Hoje, sou considerado um dos três maiores ídolos do Santa Cruz”. Aos 51 anos, Birigui vive de novo uma grande mudança. Assume uma equipe na Primeira Divisão do terceiro campeonato estadual do país. Isso significa maior responsabilidade e visibilidade no cenário futebolístico nacional. “As grandes equipes do Mato Grosso querem me levar de volta, mas isso já não me fascina. Tenho um desafio muito maior agora, que é o Uberaba Sport Club. Quando cheguei aqui, encontrei uma torcida tão apaixonada pelo time como a do Santa Cruz, e notei que a imprensa cobra bastante. Vou ficar em Uberaba e chegou a hora de conquistar outros terrenos”. Na preparação para a formação de treinador, Birigui trabalhou com Murici Ramalho, Geninho, Carlos Alberto Silva, Evaristo de Macedo e Vadão. Birigui é casado pela segunda vez com Patrícia Turbay. Tem três filhos do primeiro casamento e, apesar de querer voltar a viver em Mato Grosso, afirma que isso vai demorar a acontecer. O Troféu de Melhor Técnico é recebido como um grande estímulo. “Agradeço muito a homenagem. Tivemos pouco tempo para mostrar o nosso trabalho, mas isso demonstra que ele é bom. Vou respeitar sempre a imprensa e a tarefa de vocês, até porque cresço muito mais com as críticas. Estou muito feliz em Uberaba! Os verdadeiros heróis e responsáveis pela conquista da Taça são os jogadores e a gente espera ter outras grandes conquistas pela frente”.