OPERAÇÃO

Vorcaro aportou R$ 300 mi em SAF do Atlético-MG com fundo suspeito de ligação com PCC

Publicado em 18/11/2025 às 11:50Atualizado em 18/11/2025 às 11:50
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Os valores declarados à CVM correspondem aos informados pelo Atlético-MG: R$ 100 milhões aportados em 2023 e R$ 200 milhões em 2024 (Foto/Reprodução)

Preso nesta terça-feira (18), em operação da Polícia Federal por suspeita de irregularidades na venda do Banco Master ao BRB, o empresário Daniel Vorcaro investiu cerca de R$ 300 milhões para adquirir aproximadamente 27% da SAF do Atlético-MG. Segundo revelou o colunista Rodrigo Capelo, o fundo usado na operação teria ligação com o PCC.

Informações registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) indicam que o Galo Forte FIP — veículo pelo qual Vorcaro comprou 26,9% da Galo Holding SA — integra uma cadeia de fundos estruturada no modelo “fundo sobre fundo”, semelhante ao investigado na Operação Carbono Oculto.

A origem dos recursos passa pelos fundos Olaf 95 e Hans 95, administrados pela Reag Investimentos e já alvo de buscas da PF. A identidade dos cotistas não pode ser verificada, mas, segundo o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), a estrutura segue padrões usados para ocultação de ativos.

Os valores declarados à CVM correspondem aos informados pelo Atlético-MG: R$ 100 milhões aportados em 2023 e R$ 200 milhões em 2024. O Galo Forte detém 26,9% da Galo Holding, controlada majoritariamente por Rubens e Rafael Menin, com participações de Ricardo Guimarães e do FIGA, que não são alvo da investigação.

A estratégia de investimento replica o modelo de outros fundos sob suspeita. O Astralo, com patrimônio de R$ 15 bilhões oriundo do Olaf, distribui recursos em 35 fundos, entre eles o Galo Forte, seu único cotista. A Reag aparece como gestora em toda a cadeia. Criado em 2023, o Galo Forte investe exclusivamente na Galo Holding SA, que controla 75% da SAF do clube. O MP-SP aponta o uso desse tipo de fundo para ocultação e lavagem de dinheiro pelo crime organizado, mas não há indícios contra os demais investidores ligados ao Atlético-MG.

O clube afirmou, à época, que o Galo Forte FIP é regular perante a CVM, administrado pela Trustee DTVM, e que desconhecia qualquer irregularidade.

A Reag declarou que atua apenas como administradora dos fundos mencionados e que negocia a venda desse segmento de serviços.

O Banco Master, controlado por Vorcaro, afirmou não ter relação com os fundos. A instituição destacou que os fundos Hans 95 e Olaf 95 não fazem parte do grupo e que o Galo Forte FIP pertence exclusivamente a Vorcaro, pessoa física, sendo a Reag apenas prestadora de serviços.

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